A mudança de governo na Argentina não deve trazer impactos significativos para a pecuária de corte brasileira, de acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta quinta (30). Essa expectativa ocorre por conta dos mercados distintos que os dois países possuem para a proteína bovina.
No mercado internacional, também não deve haver acirramento da concorrência entre os dois países. A carne argentina é reconhecida por sua qualidade e costuma ser comercializada em segmentos diferentes dos ocupados pela proteína brasileira.
No entanto, o aumento das exportações argentinas pode abrir espaço para o Brasil ampliar as vendas para lá. A carne brasileira é mais barata e acessível à população argentina, afetada pela crise econômica.
Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de carne bovina do mundo, enquanto a Argentina é o sexto maior produtor e o quinto maior exportador. O Brasil importa pouca carne argentina, apenas cerca de 1% do total comercializado.
De qualquer forma, esse comércio tenderia a ser modesto. É importante destacar, ainda, que os custos de produção no país vizinho são muito superiores aos dos brasileiros, dificultando sua competitividade junto a parceiros do Brasil, mesmo que o governo argentino implemente políticas de ampla abertura comercial.