29/11/2023 às 09h37min - Atualizada em 29/11/2023 às 09h37min

Mais arrobas com B. Brizantha xaraés

João Menezes
Foto: Divulgação Site Embrapa / Cristina Brito
O capim Brachiaria brizantha cv. Xaraés é uma forrageira muito produtiva desde que bem utilizada e manejada, aumenta a produtividade de bovinos no verão. Não é uma boa alternativa para pasto diferido, pois perde valor nutritivo rapidamente, porém é ótima opção para pastejos intensivos nas águas.
 
A melhor época para produzir forragem é nas águas quando as condições são favoráveis e temos boa pluviosidade, luminosidade e temperatura favorável e nessas condições a B. brizantha Xaraés é muito eficiente e produtiva.
 
A Brachiaria brizantha Xaraés vem sendo estudada no Brasil desde 1985 com bons resultados. Ela apresenta uma resistência moderada a cigarrinha das pastagens, tem persistência, boa produtividade, com estacionalidade de produção mesmo em sistemas irrigados onde 17% e 83% da matéria seca é acumulada respectivamente na seca e nas águas. A Xaraés é mais produtiva que a Marandu e, portanto, pode-se trabalhar com maiores taxas de lotação desde que cuidados com o manejo sejam empregados.
 
 A estratégia de pastejos com períodos de descanso mais longos, onde a forrageira atinge 100% de interceptação luminosa (IL) resultam em maiores massas de forragem, tanto durante o inverno como no verão, também acumula maior massa de folhas, mas em contrapartida, a proporção de colmos e material senescente cresce bem mais que pastos manejados com IL menores, caindo muito a qualidade da forragem oferecida aos animais. Isso provavelmente é consequência dos longos períodos de crescimento onde a colheita menos frequente, com maior competição por luz e, consequentemente, mais senescência e acúmulo de talos. Em muitos casos, a rejeição dos animais pela Xaraez, se torna comum em pastejos com intervalos maiores de pastejo, onde o capim fica passado, com muitos talos e material morto (Tabela 1).


Tabela 1 - Massa total, de folha, colmo e material morto na forragem pré-pastejo em pastos de B Brizantha Xaraés (Pedreira, 2009).

Os resultados de pesquisas sugerem que 95% IL como o momento ótimo para se iniciar o pastejo do capim Xaraés, com maiores proporções de folhas na forragem ofertada. Sob pastejo intermitente, buscando essa condição, 95% de IL, sugere-se que o capim Xaraés seja manejado respeitando-se 30 cm como altura de entrada e 15 cm como pós-pastejo, preterindo o acúmulo de colmos. Nessa estratégia de manejo a eficiência de pastejo é maior, bem como o desempenho animal.
 
Quando o manejo é baseado em períodos fixos de descanso, que traz facilidades em termos operacionais de sistemas que fazem uso de lotação rotativa, isso pode resultar em estrutura de dossel variável e afetar consumo de forragem, bem como o desempenho animal de diversas maneiras ao longo do ano. As pastagens manejadas com períodos fixos de descanso (Ex.: 28 dias para a Xaraés) dependendo da época do ano, esse número de dias pode ser longo o suficiente para interceptar 100% da luminosidade incidente, diminuindo muito a qualidade da forragem, com muitos talos e material senescido ou quando é curto o bastante para sequer alcançar 95% de IL, com muitas folhas, mas pouca massa, diminuindo a produtividade e a taxa de lotação.
 
A Xaraez é uma excelente opção de forragem para o verão, de boa produtividade e pode contribuir para melhorar a produtividade da propriedade.


 
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