A última semana de novembro começa com dados interessantes sobre a pecuária bovina de corte do país. Entre os pontos que levanto, destaco a escala industrial no Estado de São Paulo, em 19 dias nesta segunda-feira, dia 27. Também, a solidez dos preços em todas as praças brasileiras, os valores não cedem (pelo contrário). Outro fator interessante é o boi na B3 apontar para R$ 246,00 e R$ 247,00 por arroba, nos meses de dezembro/23 e janeiro/24, respectivamente.
Daqui a pouco eu vou citar os valores médios em torno da arroba nos principais estados produtores do país, contudo, não posso deixar de destacar que o calor excessivo e falta de chuvas em parte do país trouxe uma realidade bem diferente do que poderia ser. O fator poderia complicar para o pecuarista, já com a pastagem bem limitada. As chuvas, Graças a Deus, voltaram e a expectativa é de redução de força para o El Niño, de acordo com a meteorologista Amanda Souza, da X Weather, com quem eu conversava nesta segunda-feira.
Os preços têm se mantido pelo Brasil, “mas, contudo, todavia” e com todo o pleonasmo e redundância possíveis, não houve disparada de preços em lugar nenhum. Cheguei a ver alguns colegas ao final da última semana publicando títulos com essa temática, mas a ligeira melhora no preço do Boi China, não é algo fora do comum, pequena alta, chegando a R$ 245 por arroba (SP). Afirmar que o preço disparou ou vai disparar é algo que gostaria de noticiar, mas quando escrevem sem fundamento atrapalha o mercado e desinforma a população.
Esclarecido o fator, São Paulo está com 19 dias de escala, R$ 240 por arroba de boi, R$ 245,00 para o “Boi China”. As plantas que operam em Goiás voltam a ter fortes dificuldades para fechas suas escalas. A semana começa com apenas 3,5 dias garantidos de trabalho, fator que ajuda a valorizar a arroba que tem média em R$ 235 no estado. Mato Grosso está com 14 dias de atividade fabril garantida e valor médio para o boi gordo em R$ 213,00. Mato Grosso do Sul conta com 12 dias de trabalho garantidos com boi comum em R$ 225,00 e boi China em R$ 230,00. A segunda-feira, pode-se afirmar, teve propostas acima da referência como alguns pecuaristas me informaram durante o dia.
O mercado futuro aponta um cenário mais interessante para os próximos meses, o que acaba por confirmar a tendência do mercado físico, de leves altas, mas constantes. O fato é que a oferta de animais é reduzida em todo o país e as indústrias têm tentado um grande esforço para manter suas escalas, que tendem a ficar reduzidas. O cenário é positivo para o pecuarista, ou melhor do que aquele visto há alguns meses. A tendência é subir.
Nesta semana acredito que vamos ver a realidade descrita nos últimos parágrafos deste artigo com mais intensidade. Em breve vamos ver uma implementação maior de recursos financeiros no país com a entrada do 13º salário, em primeira parcela. Algo a se pensar no momento, para quem faz a terminação de animais é usar algumas ferramentas de proteção de custos de insumos, travas – mesmo que parciais, em parte da produção e fazer aquisição de gado magro.