14/11/2023 às 10h32min - Atualizada em 14/11/2023 às 10h32min

Maior geração de empregos temporários ajuda a confirmar expectativa de consumo mais elevado de carne bovina no final do ano

Fabiano Reis
Foto: Divulgação
Mercado brasileiro da pecuária de corte bovina segue em ritmo de estabilidade principalmente na praça de referência, São Paulo. Também vemos o diferencial de base ser bastante reduzido frente a algumas praças produtoras. Enquanto isso, aspectos importantes da economia sinalizam um cenário mais positivo, como o ritmo mais acelerado de exportações do volume de carne em novembro e também a expectativa de geração de empregos temporários a serem gerados no Brasil neste final de ano, que deve ter a maior alta dos últimos 10 anos e quase metade será gerada em supermercados e hipermercados.
 
 
O Estado de São Paulo tem, até segunda-feira, uma indústria frigorífica com quase 15 dias de escala garantida e preço médio para arroba em R$ 235, o “Boi China” é negociado na casa de R$ 240. Neste cenário, não houve mudanças nos dados paulistas, mas mostra uma mistura de argumentos para oferta e demanda que têm se entrelaçado e representa impactos de curto e médio prazo em todas as praças produtoras.
 
 
Alguns dos aspectos são conhecidos dos operadores de mercado, entre eles tentativas de formação de escala industrial mais longa e posterior pressão de preços; a expectativa de consumo interno maior; recuperação (em volume) no desempenho de exportações de carne bovina; oferta mais contida de animais terminados, com pouca presença de animais do segundo giro de confinamento (comparado a anos anteriores); e uma participação, a cada dia, mais intensa do fator clima na oferta de animais em quase todo o país, com redução drástica da capacidade das pastagens nacionais e também uma visualização mais clara de redução de disponibilidade de milho no primeiro e segundo semestre de 2024.
 
 
Ao conversar com alguns pecuaristas, dois pontos ficam muito claros em relação a postura atual. De fato, a seca tem mexido e trazido impacto mais complicados e que não vão ceder / negociar preços mais baixos. Pelo contrário.
 
 
As exportações brasileiras estão mais aquecidas em novembro, quando falamos de volume embarcado. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, Secex, em sete dias uteis 73.206 toneladas saíram dos portos brasileiros. A média diária chama a atenção com alcança 10,4 mil toneladas, 40,5% superior ao mesmo mês em 2022. Neste aspecto o período é promissor para a indústria exportadora, ano passado os embarques registram 148,8 mil toneladas em 20 dias.
 
 
Por outro lado, como em meses anteriores, na comparação sazonal, os preços médios da tonelada exportada estão menores. A queda é, no balanço parcial de novembro, de 12%, com o valor médio da tonelada em 2023 negociado a US$ 4598 mil, contra US$ 5.226 mil no ano passado.
 
 
Uma informação boa “nas duas pontas” foi divulgada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Nela, a instituição traz a expectativa de geração 108,5 mil empregos temporários no período de Natal. Se confirmado, será a maior geração em 10 anos, com alta de 5,6%. Outro fator importante, é 45,47 mil postos de trabalho serão criados em super e hipermercados. A empolgação para o dado divulgado é simples: primeiro, maior número de pessoas vão ampliar o seu poder de compra no final do ano, justamente quando o mercado de carne bovina depende mais do mercado doméstico. Outro fator, está na sinalização que maior parte dos recursos a serem gerados e que já existem, serão usados no setor de alimentação.
 
 
Para a semana devemos ver um período de espera. A onda de calor impede uma decisão mais clara por quem vende ou compra bovinos, ainda mais com o feriado de 15 de novembro. Com isso, devemos ver manutenção de escalas e preços para a arroba do gado pronto.

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