30/10/2023 às 09h30min - Atualizada em 30/10/2023 às 09h30min
Frigoríficos adotam postura cautelosa e preços de carne suína despencam
Preços extremamente mais baixos preocupam suinocultores e sinalizam desafios para o setor
- Da Redação, com Safras & Mercados
(Foto: Divulgação / Governo Federal) A última semana foi marcada por preços significativamente mais baixos para o quilo vivo e os principais cortes de carne suína no mercado brasileiro. Segundo Allan Maia, analista da SAFRAS & Mercado, frigoríficos adotaram uma postura cautelosa nas negociações envolvendo o suíno vivo devido à estagnação dos cortes e à expectativa de lentidão na reposição entre atacado e varejo a curto prazo.
Além disso, os cortes de carne bovina também começaram a apontar para uma queda no atacado, o que pode agravar a situação no curto prazo. A expectativa é de preços mais favoráveis para novembro, por conta da entrada da massa salarial e parte do décimo terceiro na economia, pode estimular o consumo, mas ainda não é suficiente para tranquilizar os suinocultores.
Segundo Maia, o poder de barganha dos produtores de suínos está comprometido, e a preocupação cresce, especialmente considerando o custo da nutrição que permanece elevado durante a quinzena. Tudo isso aponta para uma pressão nas margens da atividade suinícola.
Os números revelados por SAFRAS & Mercado mostram que, na semana, a média de preços do quilo do suíno vivo no Brasil caiu de R$ 6,03 para R$ 5,91. Os cortes de pernil no atacado tiveram uma redução na média de preços de R$ 10,47 para R$ 10,28, e a média da carcaça passou de R$ 9,73 para R$ 9,42.
A análise semanal também apontou que a arroba suína em São Paulo diminuiu de R$ 131 para R$ 124. Nas regiões de integração, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os preços variaram, mas em geral mantiveram-se estáveis ou tiveram perdas. No entanto, a tendência é de incertezas na atividade suinícola devido aos preços em queda e à expectativa de pressão nas margens.
As exportações de carne suína "in natura" do Brasil renderam US$ 116,537 milhões em outubro, com uma média diária de US$ 8,324 milhões. Embora a quantidade total exportada tenha atingido 50,943 mil toneladas, com uma média diária de 3,638 mil toneladas, houve uma baixa significativa no valor médio diário em comparação a outubro do ano passado, preocupando o setor suinícola.