Com foco na melhoria da produtividade da pecuária de corte, o Sebrae/PR incluiu mais um serviço que pode ser subsidiado pelo Programa Sebraetec: a ultrassonografia de carcaças bovinas, tecnologia que permite que os produtores tenham acesso antecipado a vários dados específicos sobre os animais.
Dentre eles estão a área de olho-de-lombo, que indica o tamanho do contrafilé do animal em centímetros quadrados; a espessura de gordura subcutânea, determinante para a maciez na indústria frigorífica, e o marmoreio, que é a quantidade de gordura entremeada na carne, fundamental para suculência, sabor e maciez, aumentando o valor agregado.
De acordo com o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso, o objetivo do programa é permitir que pequenas empresas e pequenos produtores tenham acesso a serviços e consultorias tecnológicas. “Para tanto, são oferecidos subsídios nas temáticas de sustentabilidade, desenvolvimento tecnológico, produção e qualidade, design e negócios inovadores”, explica. “Muitos serviços oferecidos são de interesse do produtor rural.”
Parcerias No caso específico da ultrassonografia de carcaças, o Sebraetec conta com a parceria da DGT Brasil, laboratório que desenvolveu a solução e faz parte do portfólio de serviços que podem ser prestados via Sebraetec. É só o produtor rural procurar a unidade do Sebrae mais próxima e solicitar o serviço.
“A solicitação é encaminhada para os prestadores de serviço cadastrados na temática, que enviam uma proposta com valores que podem variar de acordo com a quantidade de animais. Do custo total proposto pelo prestador do serviço, o Sebrae subsidia 70%”, informa Durso.
A Tecnologia Segundo a Diretora Técnica da DGT Brasil, Liliane Suguisawa, a metodologia da ultrassonografia de carcaça Software BIA, responsável pela transformação da pecuária americana e auditada pela Ultrasound Guidelines Council / EUA, é de fácil aplicação prática, pois técnicos e equipamentos certificados coletam imagens nos animais vivos que, após análise especializada em laboratório centralizado, geram informações individuais.
Dentre as análises, a especialista cita a AOL (área de olho-de-lombo), que afeta o rendimento de carcaça, a EGS (espessura de gordura subcutânea ou acabamento da carcaça), que determina o ponto ótimo de abate e encurta o ciclo de produção, e o MAR (marmoreio ou gordura intramuscular), que influi no sabor e maciez da carne.
“O maior diferencial dessa tecnologia é prever antecipadamente e com segurança, essas características de herdabilidades moderada a alta nos animais vivos, impactando nos resultados dentro da indústria frigorífica, na gôndola dos supermercados e no prato do consumidor”, destaca a profissional.
Ela acrescenta que essas medidas são utilizadas em programas de melhoramento genético, projetos de padronização de matrizes comerciais, formação de lotes em confinamento, visando o ponto ótimo de abate, assim como na produção garantida de carne gourmet em confinamento, através da seleção dos melhores indivíduos.
“As idades de avaliação são padronizadas ao sobreano, para os programas de melhoramento genético de todas as raças, entrada e meio do período da engorda (tempo de cocho), para animais de confinamento comercial e gourmet, e a partir da desmama, para projetos de padronização de matrizes comerciais, desde que haja seleção genética nesta fase”, lista Liliane.
Impactos Para a diretora, em épocas de altos custos e menor remuneração, o conhecimento do potencial genético dos animais da propriedade, aliado à aplicação prática dessa tecnologia, permite que as informações coletadas maximizem os resultados financeiros com a padronização das progênies ou na assertividade das estratégias de criação e engorda.
Como a tecnologia da ultrassonografia de carcaça Software BIA já participa da seleção e da multiplicação de genética superior desde 2006, a executiva acredita que ela é bastante tangível para a padronização de qualquer raça, inclusive Nelore, para fertilidade, desempenho, habilidade materna, eficiência biológica, menor custo de produção e maior remuneração.
“Isso decorre do incremento na quantidade e na qualidade de carne por animal, pela otimização da genética, manejo, ambiente e gestão, o que colocará o produto do Brasil em destaque no cenário internacional, além de aumentar o lucro dos produtores dentro da porteira, em razão das melhorias em índices de produtividade determinados pela genética”, arremata Liliane.