13/10/2023 às 09h30min - Atualizada em 13/10/2023 às 09h30min

Planejar é preciso

Para enfrentar o fim do período seco, a gestão do manejo físico e nutricional do rebanho é fundamental

André Luiz Casagrande
Foto: Divulgação
Embora a primavera traga a expectativa de terminar o período seco, as incertezas no campo continuam, por conta da instabilidade do clima tropical do Brasil. Por essa razão, a recomendação é fazer o planejamento de manejo físico e nutricional do rebanho nessa fase que é considerada a mais delicada da produção a pasto.
 
Lauriston Bertelli Fernandes, zootecnista e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Premix, lembra que essa fase é caracterizada pelas dificuldade em  manter o estoque e o perfil ideal das pastagens.
 
Segundo ele, a fase de transição, a não sustentação das chuvas provoca a perda de massa foliar e faz com que a pastagem não seja suficiente para o gado em qualidade e quantidade.
 
“Com as primeiras chuvas, que nem sempre se firmam, a temperatura e o fotoperíodo ainda não são ideais e podem favorecer a deterioração das folhas das forrageiras, limitando a ingestão ideal pelos animais”, diz.
 
Estratégias
Para enfrentar esse período, Fernandes sugere algumas estratégias. “Uma opção para seria o planejamento forrageiro (silagem, fenos ou pastejo diferido). Quanto ao manejo físico, a redução na lotação por remoção dos animais para um confinamento temporário é uma boa alternativa”, orienta.
 
“O manejo do gado, respeitando a capacidade produtiva e equalizando a lotação, é importante para garantir qualidade das pastagens”, acrescenta e indica outras medidas, como a conservação e a recuperação do solo, a adubação estratégica e o manejo de rotação das pastagens.
 
Diferentes sistemas
Na opinião de Fernandes, a estratégias devem considerar os diferentes sistemas de produção. “É preciso avaliar a situação de cada pasto e os diferentes lotes, e, partir daí, fazer um diagnóstico e elaborar planos direcionados, considerar as viabilidades econômicas e operacionais para cada situação”, comenta.
 
Conforme explica, no caso do semiconfinamento, que consiste na utilização de concentrado em até 1,2% do peso corporal, há grande dependência da nutrição dos animais em relação à oferta de forrageiras. 
 
“Nesse sistema de produção, a falta de capim pode afetar negativamente a nutrição, resultando em baixo desempenho produtivo e na redução da eficiência alimentar, o que prejudica a terminação dos animais”, observa.
 
Por essa razão, ele recomenda avaliar a possibilidade da realização do abate seletivo ou, então, optar pela utilização de ração total balanceada para atender às demandas nutricionais e finalizar o processo de terminação.
 
“Quando se deseja fazer semiconfinamento, o pastejo diferido, aliado à adubação estratégica, pode, de fato, aumentar a produtividade por área”, destaca.
 
Categoria complexa
No caso de rebanho de cria, que é considerado uma categoria mais complexa, Fernandes chama a atenção para a necessidade de um esforço maior para as vacas não perderem muito peso. Nesse sentido, ele destaca as estratégias de manejo e suplementação, principalmente para primíparas e novilhas de reposição.
 
“Nesse período, que pode ser considerado pré-monta, a reposição do score corporal é uma preocupação. Por essa razão, vale avaliar o confinamento temporário e/ou a suplementação com 0,3% a 0,5% de proteico energético de transição, que pode ser feita com o grão inteiro e milho, para as primíparas e novilhas precoces de reposição”, ressalta.
 
Na visão do Fernandes, em rebanhos de cria, o descarte voluntário e estratégico de vacas pode ser uma prática interessante. “Trabalhar com vacas mais jovens certamente diminuirá o peso médio das fêmeas do rebanho e facilitará o manejo e a manutenção das pastagens”, arremata.
 
 
 
 

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