A projeção da safra mundial de soja para o período 2023/24 sofreu uma revisão para baixo no relatório de outubro divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), passando de 401,33 milhões de toneladas para 399,5 milhões de toneladas. Além disso, os estoques finais de soja foram reduzidos de 119,25 milhões para 115,62 milhões de toneladas, surpreendendo o mercado, que esperava um número ligeiramente maior, de 119,6 milhões de toneladas.
O destaque do relatório é a projeção da safra americana, que está estimada em 111,7 milhões de toneladas, sinalizando um possível impacto na oferta global de soja. Por outro lado, as estimativas para a safra brasileira, com 163 milhões de toneladas, e para a Argentina, com 48 milhões de toneladas, permaneceram inalteradas.
A China, um dos principais importadores de soja do mundo, também manteve sua projeção, importando 100 milhões de toneladas, o que reflete sua necessidade contínua desse importante produto agrícola.
No cenário dos estoques globais, o relatório apresenta uma estimativa de 101,89 milhões de toneladas para 2022/23, abaixo das expectativas do mercado, que previam 103,3 milhões de toneladas.
Comercialização da safra brasileira de soja 2022/23 alcança 85,3% da produção prevista O mercado de soja no Brasil tem apresentado movimentos significativos na comercialização da safra 2022/23, atingindo um percentual de 85,3% da produção esperada, de acordo com dados da Datagro Grãos. Embora esse índice esteja ligeiramente abaixo dos 87,7% registrados no mesmo período do ano anterior e consideravelmente abaixo dos 98,1% do recorde da safra 2019/20, ele também fica aquém da média dos últimos cinco anos, que é de 92,1%.
De acordo com a consultoria, houve um avanço mensal de 4,6 pontos percentuais, um pouco menor do que os 6,8 p.p. registrados no mês anterior, mas superior aos 3,5 p.p. do mesmo período no ano passado e aos 3,3 p.p. da média histórica.
O cenário atual reflete as expectativas da Datagro e pode ser atribuído à valorização dos preços da soja em setembro, bem como à necessidade dos produtores de garantirem recursos para a aquisição de insumos para a safra de inverno.
Considerando a estimativa de produção de 157,07 milhões de toneladas, os produtores brasileiros já negociaram 133,96 milhões de toneladas de soja até a data analisada. Embora o volume negociado seja maior do que no mesmo período do ano anterior, ele está relativamente menor em termos absolutos, quando comparado aos 114,52 milhões de toneladas da safra anterior.
Além disso, as negociações para a safra 2023/24 também têm se mostrado promissoras, com um salto mensal de 3,8 pontos percentuais, atingindo 21,9% da expectativa de produção compromissada. Essa cifra está acima dos 1,2 p.p. registrados no mesmo período do ano anterior e dos 3,4 p.p. da média plurianual.
No entanto, apesar desse incremento positivo, o ritmo das negociações permanece abaixo dos 50,0% do recorde da safra 2020/21 e dos 29,2% da média plurianual. A consultoria projeta um ciclo de 163 milhões de toneladas para a safra 2023/24, considerando condições climáticas relativamente normais e um aumento de 2% na área semeada, totalizando 45,4 milhões de hectares.
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