A aplicação do crédito rural no Brasil atingiu a marca de R$ 147 bilhões nos três primeiros meses do atual Plano Safra, segundo dados revelados pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O período corresponde à safra passada e representa um aumento expressivo nas contratações de financiamentos destinados ao setor agrícola do país.
Durante esse período, foram realizados 617.547 contratos, abrangendo uma ampla gama de finalidades. Os financiamentos para custeio totalizaram cerca de R$ 90 bilhões, enquanto as concessões das linhas de investimento alcançaram R$ 23,7 bilhões. As operações voltadas para comercialização atingiram a marca de R$ 17,5 bilhões, e aquelas relacionadas à industrialização somaram R$ 15,9 bilhões.
Um destaque notável é a participação dos programas Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural). No Pronaf, foram realizados 444.077 contratos, com um valor concedido de R$ 20,8 bilhões. Já no Pronamp, 82.572 contratos foram firmados, resultando em um montante de R$ 23,2 bilhões destinados aos pequenos e médios produtores.
Além disso, 90.898 contratos foram formalizados por outros produtores, totalizando R$ 103,1 bilhões em financiamentos liberados pelas instituições financeiras.
No que diz respeito aos financiamentos agropecuários para investimento, o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (ModerAgro) registrou contratações de R$ 603 milhões, representando um aumento de 18% em relação ao período correspondente na safra anterior. Os financiamentos para o programa Pronamp alcançaram R$ 1,9 bilhão, uma alta de 34%.
Outro destaque é o Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro Giro), que registrou R$ 323 milhões em financiamentos, marcando um aumento impressionante de 113% em comparação ao mesmo período na safra anterior.
Em relação às fontes de recursos do crédito rural, observou-se um aumento significativo na participação dos recursos livres equalizáveis nas contratações, especialmente nos meses de julho, agosto e setembro, atingindo a cifra de R$ 5,9 bilhões. Isso representa um aumento de 279% em relação ao mesmo período da safra anterior, indicando uma maior utilização dos recursos disponibilizados pelas instituições financeiras para equalização dentro do Plano Safra.
O secretário substituto de Política Agrícola, Wilson Vaz de Araújo, destacou a relevância da fonte não controlada da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que contribuiu com 47% do total das aplicações na agricultura empresarial no primeiro trimestre da safra atual, somando R$ 59,2 bilhões. Esse valor representa um aumento notável de 69% em relação ao mesmo período da safra passada.
Vale ressaltar que os valores apresentados são provisórios e foram extraídos no dia 4 deste mês, do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. Variações nos dados podem ocorrer nos trinta dias seguintes ao último mês do período considerado, dependendo da data de consulta no Sicor ou no Painel Temático de Crédito Rural do Observatório da Agropecuária Brasileira.