11/08/2023 às 08h25min - Atualizada em 11/08/2023 às 08h25min

Recria Intensiva a Pasto, a técnica que maximiza os resultados

Objetivo da estratégia é aumentar o ganho médio diário dos animais ao longo do ano

(Foto:divulgação)
Uma das estratégias avaliadas pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), em Colina, SP, desde 2017, a Recria Intensiva a Pasto (RIP) é programa de suplementação com foco na fase de recria, ou seja, do pós-desmama até a entrada dos animais no período de terminação ou engorda.

Resumindo, o sistema da RIP busca conciliar o pasto com um maior nível de suplementação, geralmente 1% do Peso Vivo (PV) de oferta de ração, o que garante uma maior taxa de ganho dos animais, encurtando o tempo médio de recria.
Segundo o pesquisador Flávio Dutra, que lidera os trabalhos com a RIP na APTA, os dados da pesquisa têm-se mostrado consistentes, com poucas variações entre um ano e outro. Para se ter uma ideia, a quantidade de suplemento fornecido para o ganho de 1 arroba pelos animais varia de 90 a 100 kg.

Ou seja, os resultados estão afinados com o objetivo estabelecido para os machos, de produzir mais em menos tempo, sem grandes oscilações de Ganho Médio Diário (GMD) na fase da recria. Vale lembrar que, em condições de pasto, o custo por arroba produzida é menor, comparado ao sistema de confinamento.

Ao fazer a gestão da suplementação dos animais, com base na RIP, o pecuarista deve considerar que, no caso dos machos, ao ter mais animais pesados no fim da recria, a decisão, é reduzir o tempo de confinamento. Já para as fêmeas, o desafio é outro: garantir um GMD para que elas alcancem o peso ideal para que a inseminação ocorra entre14-15 meses de idade.

Vale lembrar que no Brasil o desmame dos bezerros se concentra no período da seca, ou seja, de maio e junho. Portanto, se os animais não receberem uma suplementação adequada, fatalmente, ocorrerá a perda de peso após o desmame e, com isso, o tempo médio de recria pode ultrapassar 12 meses, podendo se estender até 24 meses. Enquanto isso, na RIP, normalmente, a fase da recria pode ser reduzida em 8 meses.

Depois da RIP, ao optar pela Terminação Intensiva a Pasto (TIP), Dutra afirma que é possível abater 100% dos animais após 12 meses, com no máximo 20 meses de idade.

Foco na qualidade
Outra preocupação do pecuarista que optar pela RIP é a qualidade dos suplementos utilizados. De acordo com Dutra, por se tratar de animais jovens, na RIP é fornecida mais energia, mas não pode haver déficit de proteína para não ocorrer o acúmulo de gordura.
Nesse sentido, Júlia Marques, médica-veterinária e coordenadora de produtos da Connan, afirma que, em tratando de proteína, o pecuarista precisa considerar três fases distintas no sistema: o período das secas, das águas e o outono.

Portanto, o ajuste dependerá da qualidade do pasto ofertado. Isso porque, mesmo no período de águas, há grandes variações no nível de proteína do pasto, que deve ser ajustado com suplemento para não prejudicar o desenvolvimento do animal.
De acordo com Júlia, o planejamento de compra de ingredientes para utilização nos suplementos, para a obtenção de um custo médio melhor é determinante na tomada de decisão do uso da RIP.
 
 
 
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