(Foto:freepik) A produção de grãos na safra 2022/23 está estimada em um impressionante recorde de 320,1 milhões de toneladas, representando um aumento de 17,4% em relação ao ciclo anterior. Os números foram divulgados no 11º Levantamento da Safra de Grãos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (10).
O resultado é fruto do trabalho conjunto de expansão da área cultivada e aumento da produtividade das lavouras. Com uma área de plantio 5% maior em relação à safra 2021/22, totalizando 78,3 milhões de hectares, e uma produtividade média elevada em 11,8%, indo de 3.656 quilos por hectare para 4.086 kg/ha.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, destaca que esse impressionante valor de 320,1 milhões de toneladas se deve principalmente ao avanço na colheita do milho segunda safra, que apresentou produtividades superiores às iniciais estimadas. Isso, combinado com o bom desempenho das demais culturas ainda em campo, resultou no reforço do recorde histórico da safra de grãos no Brasil.
O levantamento também revela que a colheita do milho segunda safra já ultrapassou 64,3% da área plantada, de acordo com o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana. Caso esses números se confirmem, a produção estimada para a segunda safra de milho ultrapassará a marca de 100 milhões de toneladas, estabelecendo um novo patamar histórico.
Mesmo com registros de pontos de estiagem em algumas regiões, as chuvas regulares têm favorecido o desenvolvimento das lavouras, projetando uma colheita total de aproximadamente 130 milhões de toneladas de milho, um aumento de 16,8 milhões de toneladas em relação à temporada anterior.
Na frente do algodão, a Conab prevê uma produção de 7,4 milhões de toneladas de algodão em caroço, equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. Embora com um leve atraso em relação à safra passada, as condições climáticas têm beneficiado o desenvolvimento das lavouras de algodão.
Outros destaques incluem a previsão de uma colheita de feijão 2,6% superior ao ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas, e a produção estimada de 154,6 milhões de toneladas de soja e 10,03 milhões de toneladas de arroz na safra de verão. O estado do Mato Grosso se destaca como o maior produtor de soja, enquanto a Bahia apresenta a maior produtividade de grãos, alcançando 4.020 kg/ha.
A Conab também mantém projeções recordes para as exportações, incluindo soja em grãos, farelo e óleo. Para a soja em grãos, a expectativa é de exportar cerca de 95,64 milhões de toneladas, um aumento de 17 milhões em relação a 2022. As previsões indicam também 21,83 milhões de toneladas de farelo e 2,60 milhões de toneladas de óleo destinados ao mercado internacional, com estoques finais estimados em cerca de 7,17 milhões de toneladas.
Além disso, as exportações de milho também atingiram níveis recorde, com uma projeção de 50 milhões de toneladas a serem exportadas. Esse resultado tornaria as exportações brasileiras de milho na safra 2022/23 ainda maiores do que as dos Estados Unidos. Mesmo com essas exportações robustas, a produção recorde de milho permitirá um aumento de 30% nos estoques ao final do ano safra, chegando a 10,5 milhões de toneladas.
No segmento do algodão, mais de 70% da safra já foi comercializada, e espera-se que as vendas de pluma para o mercado externo alcancem 1,7 milhão de toneladas. As exportações de algodão em julho atingiram 72,6 mil toneladas, e a expectativa da Conab para o estoque final da safra é de aproximadamente 1,95 milhão de toneladas, um aumento de 49,4% em relação à temporada anterior.