(foto:divulgação Apesar das dificuldades, o mercado lácteo tem sido resiliente e se mantém firme, mesmo quando exposto a condições adversas. Cada vez mais, produtores de leite e laticínios têm investido em eficiência operacional, já que a natureza dos seus negócios é de margens apertadas.
Assim, a adoção de novas tecnologias e a inovação são dois pilares importantes na sustentação do setor nos próximos anos, com a introdução de ferramentas de auxílio aos produtores.
Um exemplo, nesse sentido, é a RúmiCash, uma fintech desenvolvida pela Rumina, exclusiva para o setor leiteiro, que disponibiliza linhas de crédito e antecipações de pagamento de leite aos fornecedores dos laticínios. “A proposta é simplificar a adoção de tecnologias pelos produtores, seja por meio de biotecnologia, sensores, softwares, soluções financeiras ou inteligência artificial”, informa a CEO e cofundadora da RúmiCash, Gabriela Borlido.
Segundo ela a ideia da ferramenta surgiu ao constatar-se que os pecuaristas de leite não eram atendidos por nenhuma solução financeira específica, com uma jornada para tomada de recursos pensada na realidade do produtor, para que ele tivesse a experiência simples e rápida, e com o crédito em um formato desburocratizado. “Ao mesmo tempo, vimos que os laticínios poderiam capturar valor com a proposta da empresa, que se dispôs a crédito de forma simples para sua base de fornecedores de leite”, conta Gabriela.
Assim, ela destaca que a solução contribui para o fluxo de caixa do laticínio, que não precisa mais fazer as operações com capital próprio, assim como para a fidelização dos produtores, pois funciona como uma ferramenta de fomento da indústria.
Dois em um De acordo com a CEO, a solução possui dois produtos – crédito e adiantamento – voltados exclusivamente para pecuaristas de leite que fornecem para laticínios parceiros. “Utilizamos dados de produção e qualidade de leite para analisar qual o seu risco e, portanto, determinar as condições do crédito liberado”, explica Gabriela.
Nesse viés, vale destacar que o laticínio é somente um interveniente do pagamento, pois ele não participa do risco, simplesmente desconta as parcelas da dívida da folha do leite do produtor. “Desenvolvemos uma experiência simples, online, pelo WhatsApp, sem burocracia e sem necessidade de colocar garantias reais. As taxas de juros são competitivas em relação às praticadas no mercado e em linha com a eficiência operacional da fazenda”, diz.
Ela acrescenta ainda que na ferramenta são considerados aspectos próprios da atividade leiteira para determinar as condições do crédito, o que não ocorre com credores convencionais. “Após a assinatura digital do contrato, o crédito é liberado na conta do titular em até 24 horas úteis e, para fazer crédito ou adiantamento, o produtor não precisa abrir conta, baixar aplicativo, contratar seguro ou qualquer outro produto”, explica.
Limite de crédito Gabriela afirma que não existe limite máximo ou mínimo predeterminado, já que o volume liberado para cada produtor depende do faturamento médio de cada fazenda e do seu perfil de risco de crédito.
As parcelas do crédito são cobradas mensalmente e descontadas automaticamente na folha do leite do produtor junto ao laticínio. No caso do adiantamento, o desconto da parcela única também é feito via folha do leite.
“Para conseguir o crédito, consultamos qual é a motivação da tomada dos recursos financeiros, mas não exigimos que os produtores compartilhem comprovantes de pagamento ou documentos semelhantes”, finaliza Gabriela.