29/10/2021 às 10h00min - Atualizada em 28/10/2021 às 15h39min

Visão holística, um atributo do líder

Não basta um título universitário, MBA, mestrado ou doutorado. Embora tudo isso seja importante e tenha o seu valor, no final, quando se trata do gestor do agronegócio, outros critérios são colocados na balança, afinal, lidar com pessoas exige jogo de cintura, inovação, criatividade e intuição.

“Um profissional com o conhecimento da visão de cadeia produtiva, como os elos do antes, dentro e pós-porteiras das fazendas interagem.” Esse o perfil ideal do gestor na opinião do professor José Luiz Tejon Megido, especialista em marketing do agronegócio.

“Líderes são especialistas em poucas coisas e precisam ter visão holística do todo”, define. “É fundamental desenvolver uma competência de design thinking estratégico”, acrescenta Tejon, que é mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS).

Vale lembrar que design thinking é uma abordagem criativa utilizada para a resolução de problemas. Significa pensar como um designer, pensar fora da caixa.

Segundo Tim Brown, autor do Best-seller Change by Design, lançado em 2009, não se trata de uma proposta apenas centrada no ser humano; ela é profundamente humana pela própria natureza.

“O design thinking se baseia na capacidade de ser intuitivo, reconhecer padrões, desenvolver ideias que tenham um significado emocional além do funcional, nos expressar em mídia além de palavras ou símbolos”, escreveu Brown.

Considerando a diversidade dos profissionais envolvidos no dia a dia da fazenda de pecuária, o que significa ter que lidar com pessoas de diferentes níveis e funções, Tejon afirma que uma das premissas do líder é gostar de pessoas, admirar os diferentes.

“Líderes existem para liderar seres humanos e serão o resultado desse aprendizado. E, ao mesmo tempo, saber que não existem para fazer o que as pessoas querem e sim fazer junto com as pessoas o que deve ser feito, trata-se de aperfeiçoamento em todos os sentidos”, argumenta. “Isso pressupõe educação permanente. O novo líder é um educador.”

A internet encurtou distâncias e está trazendo o campo para a cidade e levando a cidade para o campo. Nesse cenário, um grande desafio do gestor é reter e manter as pessoas no campo, levando em conta os apelos da cidade.

“O campo hoje está conectado com o mundo. O mundo mudou. Cidade e campo viraram uma coisa só. A natureza passou a ser o maior diferencial de vida doravante. Cidades vão desenvolver agricultura local e vertical e o campo estará cada vez mais integrado com inovação e tecnologias”, diz Tejon. “Cada vez mais, jovens são atraídos pelo ‘terroir’ das regiões do planeta. E o Brasil tem uma gigantesca cultura e gastronomia em cada pedacinho do nosso chão.”

Quanto ao futuro, Tejon é otimista. “Temos os próximos 30 anos de geniais perspectivas. E não podemos esquecer do cooperativismo. As cooperativas serão fundamentais no agronegócio”.


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