19/08/2022 às 11h33min - Atualizada em 19/08/2022 às 11h35min

A conectividade é o nó para o avanço das tecnologias no campo

Como as inovações impactarão no desenvolvimento do setor

No agronegócio, assim como em outros segmentos, as necessidades têm evoluído, não só por conta do aumento de demanda, mas também em relação às novas tendências de um mercado mais digitalizado. Diante desse cenário, a tecnologia surge como ferramenta fundamental para suprir essas necessidades.

Entretanto, para que a tecnologia tenha real valor, principalmente no campo, é preciso que as pessoas tenham acesso à ela, para que possa atender às suas necessidades. 

“A falta de conectividade ainda é um grande problema para o desenvolvimento agropecuário no Brasil. Além disso, é preciso democratizar o acesso às novas tecnologias”, destacou o presidente da Yoshida & Hirata e diretor do Conselho da Andav, Alberto Yoshida, no Painel Inovação e Tecnologia na Distribuição de Insumos, durante a Plenária do Congresso Andav 2022.

O executivo ainda afirmou que as tecnologias, além de facilitar as relações entre as pessoas, estão diretamente ligadas à evolução do segmento. “Não adianta ter os recursos tecnológicos e eles não chegarem às áreas produtivas. É preciso que essas ferramentas estejam disponíveis ao produtor, dentro e fora da porteira”, comentou.

Em complemento a essa observação, a diretora do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvia Massruha, ressaltou que os distribuidores de insumos para a agropecuária são, também, distribuidores de inovação. 

“São as tecnologias que vão completar as demandas dos produtores, pois, para o sucesso das atividades dentro da porteira, é fundamental que as informações cheguem aos produtores e criadores, pois isso favorece a capacitação de mão de obra, fator que é um diferencial quando se pensa em resultados e produtividade”, acrescentou.

A executiva do Mapa trouxe ainda dados de um levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) que apontam que 70% das propriedades produtivas no campo não têm acesso à internet. “Diante desse cenário, é fundamental investir em suporte para que a conectividade chegue ao campo, pois ela é fundamental para o desenvolvimento da cadeia produtiva de alimentos, sejam elas oriundas da agricultura ou da pecuária”, explicou.

Nesse viés, ela acrescentou que a entrada da tecnologia 5G terá um grande impacto no agronegócio, não só nas atividades no campo, como também na capacitação dos produtores e colaboradores (mão de obra especializada). “O grande benefício do 5G será possibilitar que tanto o 3G quanto o 4G atendam às localidades que ainda não têm acesso à conectividade e às novas tecnologias”, informou a executiva.

Impactos da pesquisa e inovação na pecuária

Investimentos em ciência e tecnologia mudaram o perfil da cadeia produtiva da carne no Brasil nos últimos 40 anos, que hoje figura entre os players no mundo na produção e exportação do produto. “Essa mudança se deve ao tripé genética, saúde animal e nutrição alicerces da produção bovina com sustentabilidade”, destacou o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Guilherme Malafaia, 

Segundo ele, para continuar a produzir mais carne com eficiência utilizando menor área de pasto, e manter a liderança conquistada, o Brasil precisa enfrentar os novos desafios. “Precisa aumentar a oferta de mão de obra especializada (87% está nas cidades) e a conectividade para a implementação das tecnologias, diante das novas demandas”, arrematou.


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