27/01/2023 às 08h37min - Atualizada em 27/01/2023 às 08h37min

Tecnologia e dieta são aliadas no combate ao estresse térmico em vacas leiteiras

Dentro do sistema de produção leiteira, um dos grandes desafios é o estresse térmico, que tem um grande impacto na atividade, sendo responsável por causar perdas, tanto produtivas quanto econômicas. Causado pelo calor, o problema é muito comum durante o verão, já que, na maioria dos estados brasileiros, as temperaturas excedem os 29ºC.

Conforme explica a zootecnista e coordenadora técnica da Nutricorp, Nathaly Carpinelli, durante situações de estresse térmico, as vacas tendem a comer menos e isso afeta negativamente a produção de leite e a saúde dos animais. “Tudo isso, tem relação direta com o bolso do produtor, pois animais, produzindo menos leite e menos saudáveis, tendem a dar maiores prejuízos para o sistema”, analisa.

De acordo com a zootecnista, como grande parte do território brasileiro está situado na zona tropical do planeta Terra, caracterizada pela maior incidência de calor, não há como combater totalmente o estresse térmico, mas é possível implementar algumas práticas de manejo para minimizar o impacto do problema.

“Os sistemas de produção de leite estão buscando promover mais conforto ambiental para os animais, com a utilização de: sombrites, ventiladores, aspersores, climatizadores, protocolos de resfriamento, densidade animal correta, entre outros”, relata Nathaly.

Ela acrescenta também que, além das instalações, algumas estratégias nutricionais também podem ser utilizadas para amenizar os efeitos do estresse térmico em vacas leiteiras, reduzindo a produção de calor interno (fermentação ruminal), por exemplo, a inclusão de lipídeos na dieta.

Benefícios da tecnologia

A zootecnista lembra que a pesquisa sobre estresse térmico evoluiu muito com o passar dos anos e, o ponto positivo e animador, segundo ela, é que os “números” dessas pesquisas estão chegando até os produtores. Com isso, eles estão começando a entender o impacto do estresse térmico e a buscar a implementação de práticas de manejo e novas tecnologias, para identificar com maior precisão as vacas sob essas condições ou até mesmo para minimizar os efeitos das altas temperaturas.

Dentre as técnicas para mitigar os efeitos do estresse térmico, Nathaly informa que a gordura protegida pode ser uma estratégia de suplementação para o verão, pois reduz a produção de calor interno durante o processo de fermentação ruminal.

“Os lipídeos são utilizados para adensar a dieta de vacas leiteiras, fornece ácidos graxos essenciais, aumentar a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e a palatabilidade da dieta”, sugere e acrescenta que, além de promover esses benefícios durante o verão, deve-se estar sempre atento ao perfil de ácidos graxos presente no suplemento. “A suplementação com gordura protegida pode ser adicionada à dieta de várias categorias animais, desde que acompanhada pelo nutricionista da fazenda”, orienta.

Dieta                                                                                                  

Em relação aos cuidados com a alimentação, ela informa que a dieta de bovinos leiteiros deve atender as exigências nutricionais de cada categoria animal, sempre seguindo a recomendação do NASEM (2021).

“Independente do ingrediente utilizado na dieta, deve-se sempre respeitar as exigências nutricionais dos animais”, alerta a especialista. “As práticas de manejo também são importantes para garantir o bem-estar e a produtividade dos animais, promovendo ambientes confortáveis e livres de estresse.”

Ela destaca ainda que os animais homeotérmicos, como as vacas leiteiras, possuem uma zona de conforto térmico ou zona de termoneutralidade que varia de 5 a 29 °C, em média. e que esta faixa de temperatura é considerada ótima para a produtividade dos animais. “Se a vaca sair da sua zona de termoneutralidade, o sistema termorregulador do animal é acionado, com objetivo de capturar (estresse pelo frio) ou dissipar (estresse pelo calor) calor”, arremata.


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