04/11/2021 às 12h33min - Atualizada em 04/11/2021 às 12h53min

A pecuária de corte do Brasil vai ficar mais forte ainda

Enquanto a China não vem, não volta para o mercado, temos visto um cenário cambaleante para o gado pronto, com falta de vigor nos negócios, desestruturado com a saída do principal importador de carne bovina do país. Sigo apostando no retorno dos asiáticos neste mês de novembro. Entretanto, até lá, as quedas são profundas, irritantes, mas o pecuarista é cada vez mais profissional e tem lidado com a situação de forma coesa.

Estamos lidando com uma barreira comercial. Tenho escrito e afirmado a “tese” desde quando nos encontramos por aqui, na coluna “De Olho no Mercado”. Os chineses querem algo! Se você revisitar o texto da semana passada vai ver que escrevi sobre a pretensão do país asiático de pagar menos pela carne bovina comprada do Brasil, como afirmou o presidente da Câmara de Comércio Brasil- China; também comentei um provável interesse em se introduzir uma maior quantidade de produtos de lá por aqui. Aparentemente, o interesse deles é bem maior. Trata-se do 5G. Já explico.

Outro ponto que precisamos destacar em torno da questão é o fator político. Muitos cogitaram e cogitam o posicionamento da China ser um tipo de represália ao governo brasileiro. No meu entendimento, se há algumas aparas, são muito pequenas frente ao interesse mercadológico do gigante do oriente. A situação é outra! A ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, se apressou ao afirmar não haver conflito na relação bilateral ou qualquer problema político. As trocas de informações técnicas, de fato ocorrem, contudo, não houve qualquer reação daquele país até a última quinta-feira (28).

Fato: mesmo com todos os esforços e disposição do Governo Federal, através do Ministério da Agricultura, a China não tem dado a menor atenção e, sequer, tocou no assunto até a reunião dos dois chanceleres.

Um resumo sobre a tal reunião (videoconferência), entre Carlos França e Wang Yi é que a China possui, claramente, interesse estratégico de suas empresas à rede 5G brasileira. O Itamarati informou em comunicado que o retorno das exportações de carne bovina foi discutido entre os participantes. O momento entre os ministros foi sucedido por um encontro virtual de técnicos dos dois países e chineses pediram mais do mesmo. Os mesmos relatórios com detalhes de dados apresentados sobre a carne bovina.

Agora, ao falar de mercado, é inegável haver um forte impacto nos preços do boi gordo e das fêmeas. Animais produzidos com custo elevado e agora em situação de depressão de preços. Os valores recuam, com categoria em destaque negativo (novilha gorda) com queda de R$ 7 em apenas um dia na última semana.

A praça de São Paulo, pela força nas exportações, ressente forte o fechamento da última sexta-feira ficou em R$ 256 por arroba, estável em relação ao dia anterior.

Por outro lado, a pecuária vive de ciclo e estou certo de uma contenção de rebanho começar por volta do mês de março. Também, a pecuária brasileira ser grande, “antes”, “com” e, se for o caso, “pós” a China. Observei uma reação de preços na Bahia e Rio Grande do Sul. A China vai voltar a comprar e a pecuária brasileira vai voltar mais forte ainda.


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