E damos início a mais uma semana sem grandes novidades positivas que venha a trazer um ânimo distinto ao pecuarista brasileiro. Os números seguem mais ou menos como nas últimas semanas. O que significa escalas de indústrias frigoríficas elevadas, cotações da arroba do boi gordo pressionada em diversas praças do país, mas também algum recuo para o preço da carne no mercado atacadista.
Citei no parágrafo anterior a queda nos preços da carne bovina no mercado atacadista e tenho insistido que o varejo tem conseguido pressionar o atacado por preços mais baixos, mas não tem repassado ao consumidor final. Uma demanda maior por carne bovina neste momento nos traria um escoamento mais claro e um último trimestre do ano com um pouco menos de desafios.
Um último trimestre complicado mesmo. A questão aqui fica em torno de se saber a quantidade de gado já comprada, travada ou comprometida com a indústria frigorífica exportadora para a China, em especial, para outubro e novembro. A conta é até simples de se entender. Caso exista um volume substancial de animais já comprometidos, aquela puxada de preços promovida pelas exportações de carne bovina para o País asiático não vai ocorrer e, caso aconteça, com menor expressão. O fator seria quase desastroso, uma vez que elevações substanciais iriam depender do mercado brasileiro doméstico, que tem sua população com o poder de compra achatado.
Indo ainda pela vertente das exportações, a proximidade de um importante feriado na China (de 1 a 7 de outubro), em comemoração da “Fundação da República Popular da China”, causou uma aceleração nos embarques para aquele país. A parcial das exportações, divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior, trouxe um volume forte de embarques, com volume total de 114 mil toneladas em 11 dias úteis.
Ao voltar atenção novamente para o campo, as chuvas chegam mais cedo no Centro-Sul brasileiro e alguns estados já recebem volumes generosos de precipitações. Positivo para o ciclo da soja e também para a produção de pastagens.
Finalmente, a semana já contou com pressões exercidas pela indústria frigorífica com valores abaixo do preço de referência e uma estratégia de ofertar valores menores. Quero dizer de uma maneira tranquila e direta que os preços seguem pressionados.
