14/12/2022 às 09h01min - Atualizada em 14/12/2022 às 09h01min

Arroba do boi: muito cedo para jogar a toalha

O mundo da carne bovina segue com suas complexidades que acabam por deixar bastante impactado parte dos operadores. Principalmente, na consideração aos aspectos mais técnicos do mercado e suas características de regionalidades, tanto no ambiente interno quanto externo. A questão que coloco é a seguinte: como pode haver tamanha e nítida expectativa de deficit de carne bovina no mundo (Estados Unidos, principalmente) e um ambiente de ter maior volume ofertado no Brasil com preços menores para arroba. Será?

Antes de entrar no cerne da discussão do artigo da semana, preciso falar sobre o “balde de água fria” da última semana, na qual não houve continuação dos ganhos para arroba do boi gordo. Pode-se afirmar que a indústria não demonstrou maior interesse e acabou por se afastar da ponta compradora. O resultado foram valores de referência menores. Contudo, não menos relevante, o volume de negócios caiu, com poucos pecuaristas dispostos a encarar os preços mais baixos. São Paulo vem com arroba na casa de R$ 285 e do boi China R$ 295. Recuos ocorreram em importantes praças como Mato Grosso do Sul e Goiás.

E agora sim...Não há dúvida que temos um volume maior de fêmeas que vão pegar o caminho do gancho. O maior volume de abates de vacas e novilhas, algo que ocorre já há algum tempo, traz uma possibilidade melhor para a indústria frigorífica para formação de suas escalas. Proporciona alguma competição no valor da arroba do boi gordo com a vaca gorda. Não precisa lembrar que tudo isso traz também um efeito de recuo nos preços das demais categorias bovinas.

Na contramão de tudo que foi escrito, na verdade, ao contrário mesmo, os Estados Unidos devem (ou já estão) em um processo inverso. Lá faltam animais para abate, a escassez é conhecida e propalada em torno de uma produção de carne bovina norte-americana menor. Cenário muito positivo para a elevação do preço global da carne bovina. Se subir mesmo...ótimo.

O que quero dizer é na pergunta marota que encerra o primeiro parágrafo “Será?” a resposta será construída mesmo durante o ano. De como o pecuarista brasileiro vai conseguir usar as informações do mercado, do ambiente internacional, para argumentar melhor sua comercialização.

Quanto ao momento, os fatores não ficam longe do que temos divulgado aqui. Aliás, estão bem alinhado. O curtíssimo prazo segue tendo expectativa de melhores valores para arroba, no curto e médio prazo a pressão será maior. A pressão maior já chegou? Creio que não, mas é extremamente previsível uma tirada de pé das compras por parte da indústria frigorífica e alguma pressão. Todavia, a janela de preços mais altos ou expectativas de elevação fica cada vez menor.

 

 

 


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