10/08/2022 às 12h02min - Atualizada em 10/08/2022 às 12h12min

Mais Arrobas na transição Seca-Águas

As chuvas ainda não começaram e a fase de fim da seca e início das águas é a mais crítica para alimentação do gado e preservação das pastagens. As pastagens são muito exigidas, com pastejo intenso, abaixo da altura ideal e, com as primeiras chuvas, têm rebrota vigorosa que é pastejada pelo animal antes do momento adequado, o que pode levar à degradação das pastagens. A adequação da oferta, volumoso e o manejo correto são fundamentais para conseguir pastagens produtivas na estação de crescimento.

Os meses de agosto e setembro são os meses de maior carência de forragem (figura 1). As temperaturas ambiente são menores que a temperatura base da planta, aliada à escassez de chuvas e aos dias com menores períodos de luz, portanto, a planta praticamente paralisa o acúmulo de massa. A quantidade de alimento diminui e, na maioria das vezes, o produtor utiliza um pastejo muito intenso e sem suplementação, prejudicando as pastagens.

Figura 1 – Estacionalidade da produção de forragem (Mendonça e Rassini, 2006).

 

Após esse período, com as primeiras chuvas, as pastagens rebrotam (porém com plantas debilitadas devido ao intenso pastejo), acumulam massa lentamente e favorecem o aparecimento de invasoras, retardando a oferta de forragem. Além de demorar mais tempo para disponibilizar a quantidade adequada de alimento para os animais, pode iniciar um processo de degradação daquelas pastagens.

A estratégia para essa época é continuar com a suplementação volumosa e/ou concentrada até a recuperação adequada dos pastos. Em algumas propriedades se utiliza o “sequestro de animais”, ou seja, os animais são retirados das pastagens e alimentados com volumoso suplementar até a recuperação satisfatória das pastagens. Essa estratégia permite uma rebrota vigorosa, menor tempo de recuperação e maior produção nas águas.

O uso de adubação nitrogenada nas primeiras chuvas, onde os solos são corrigidos, permite um acúmulo de forragem maior, reduzindo o período de suplementação, ofertando uma maior quantidade de forragem de qualidade para os animais já no início das águas.

Quando o manejo é adequado, no período de transição seca-águas, a recuperação da forrageira é mais rápida, a rebrota é mais vigorosa e a produção, durante o verão, é maior, melhorando a produtividade. Portanto, nesse período crítico, o produtor deve passar com taxa de lotação leniente, que permita a recuperação rápida das pastagens e boa taxa de lotação durante todo o período de chuvas.

A principal causa de degradação de pastagens é o pastejo intenso nessa época do ano, obrigando o produtor a conviver com pastagens improdutivas ou reformar as pastagens degradadas numa operação que envolve muitos investimentos e riscos climáticos e operacionais.

O manejo no período de transição seca-águas é fundamental para garantir a longevidade de pastagens produtivas durante o período de crescimento de forragem por vários anos.


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