Com a diminuição das chuvas e queda da qualidade das pastagens, o produtor pode substituir, na época seca, o suplemento mineral pela mistura múltipla (proteinado). Existem vários produtos no mercado que podem variar no teor de proteína e composição mineral. O produtor tem que avaliar a categoria a ser suplementada, a qualidade e disponibilidade de forragem de suas pastagens e ver qual produto se adequa a sua situação. Quanto mais seca a pastagem, melhor deve ser o teor de proteína. Quando tem aditivos (por exemplo ionóforos) sempre a resposta em desempenho é melhor.
Quando o objetivo da suplementação é ganho de peso superior 250 gramas/dia, há a necessidade de se incluir energia e proteína no sal mineral. Nesse caso, a mistura tem sido, comumente, denominada de “Mistura Mineral Múltipla”. Essa mistura deve complementar os macro e os microelementos das forrageiras e suplementar proteína e energia. Geralmente, são constituídas de cloreto de sódio (controlador da ingestão), mistura mineral, ureia, uma fonte de proteína verdadeira e uma fonte de carboidrato solúvel. Recomenda-se essa suplementação durante todo o período seco e o consumo diário deve ser de 1 a 2 g/kg peso vivo (Euclides, 2001).
O aumento da quantidade de misturas múltiplas fornecidas aos animais melhora o desempenho animal, porém o maior fornecimento de concentrado não garante sua maior eficiência. Porto et al., 2011 trabalharam com vários níveis de fornecimento de misturas múltiplas (0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 kg/cab.dia) e quantias mais moderadas (0,5 kg) de suplementos que estimulam o consumo de pasto, quando foram fornecidos a tourinhos em fase de recria, durante o período da seca, porém, a máxima produção microbiana foi obtida com oferta de 1,34 kg de suplemento. Segundo estes autores, as melhores respostas de desempenho e características nutricionais podem ser obtidas com o fornecimento diário de suplemento em níveis de 0,5 a 1,34 kg/animal (Figura 2), 2 a 5 g/kg de PV (Figura 1).
Figura 1 – Respostas ao uso de diferentes misturas múltiplas (proteinado), Porto et al, 2011.
Essas misturas podem agregar aditivos melhoradores da degradação ruminal, como os ionóforos, os mais comuns, porém, podem ser usados também leveduras, óleos essenciais e taninos. Com a soma destes aditivos, há uma melhora na eficiência ruminal, com a diminuição na produção de metano e melhora no desempenho aumentando os ganhos ou a conversão.
A escolha da melhor mistura, a quantia a ser fornecida e o resultado esperado dependerá da condição das pastagens e da categoria animal suplementada. O uso de misturas múltiplas (proteinado) melhoram o aproveitamento das pastagens com consequente melhoria do desempenho animal.