O manejo de pastagens é fundamental para que colhamos o máximo de forragem por área, em seu melhor valor nutricional, preservando a planta para uma rebrota vigorosa. Com as oscilações de clima numa mesma estação e entre estações é fundamental que o produtor de alimentos dívida bem sua pastagem e a maneje com máxima eficiência. Uma boa estratégia para conseguir adequar o manejo às necessidades dos animais quanto a qualidade do capim é o pastejo de ponta e repasse, onde num primeiro momento pasteja os animais mais exigentes em desempenho e numa segunda fase os animais de desempenho inferior e menor necessidade de nutrientes.
A ferramenta que o produtor de alimentos tem para alimentar seus animais em quantidade e qualidade em pastagens é o manejo adequado destas. As pastagens, em condições satisfatórias acumulam massa de forragem, sendo no início do período pós rebrota com muita qualidade, mas pouca oferta. Com o passar dos dias, o disponibilidade de forragem aumenta, porém a qualidade diminui dia a dia, até o momento em que a forragem atinge a altura ideal, onde intercepta 95% da luz e após esse momento há um acúmulo rápido de hastes e material morto diminuindo rapidamente a qualidade da forragem que o animal tem acesso.
Os animais devem consumir a forragem antes dela perder qualidade e esta tem que ser consumida até a altura mínima recomendada, que favoreça a rebrota. O capim é consumido em estratos, pela altura, sendo os estratos superiores, com mais pontas de folhas, com forragem de melhor qualidade e os inferiores têm mais hastes e capim de pior qualidade.
Quando os piquetes são dimensionados para um maior tempo de ocupação, 3-7 dias, os animais têm disponível um alimento de melhor qualidade nos primeiros dias e pior dos dias finais no piquete. Essa situação pode limitar o ganho de peso e dificultar o consumo até a altura ideal, podendo ocasionar perda de forragem. No pastejo de ponta e repasse, animais mais exigentes, por exemplo vacas primíparas, fazem o pastejo nos primeiros dias e vacas multíparas nos dias finais e assim os animais mais exigentes ingerem uma forragem de melhor qualidade, pontas de folhas e os menos exigentes, ao repassar o piquete tem acesso a um alimento pior valor nutritivo, sobra do primeiro pastejo, com menos folhas e mais hastes, mas que atendem suas necessidades (Figura 1).
Figura 1 – Rotacionado preparado para pastejo de ponta e repasse
Uma dificuldade do pastejo de ponta e repasse é a oferta de água e nesse caso temos que disponibilizar uma manga a mais naquelas áreas que não tem acesso a bebedouros em todos os piquetes e os animais dessedentam em uma única manga. Com dois lotes na área, se tem a necessidade de duas mangas no mínimo.
O pastejo de ponta e repasse permite um melhor aproveitamento da forragem e maior desempenho dos animais mais exigentes nutricionalmente