26/04/2023 às 12h08min - Atualizada em 26/04/2023 às 12h08min

Mais arrobas com proteinado de baixo consumo

As pastagens são a forma mais eficiente e econômica de alimentar bovinos de maneira sustentável e econômica. No período de crescimento vegetativo, nas águas, apresenta máximo acúmulo de forragem, bem como seu maior valor nutritivo. As forrageiras tropicais utilizadas no Brasil, porém não têm acúmulo ou esse é pequeno na estação seca do ano. A forragem existente nessa época é aquela reservada para esse período do ano e que perdeu seu valor nutritivo ao longo do tempo (Figura 1).

Figura 1 - Valor nutritivo de forragens de B. decumbens ao longo do ano (Fonte: Euclides, citado por Thiago, 1999).

O menor valor nutritivo não é suficiente para que o animal manifeste todo seu potencial produtivo e este pode inclusive perder peso nessa fase do ano, portanto algumas estratégias de suplementação, desde que bem utilizadas podem ser viabilizadas para maximizar o desempenho animal durante a seca, principalmente quando o suplemento tem valor aditivo que melhora o consumo de forragem, aumentando o aproveitamento da pastagem de menor qualidade.

Quando o objetivo da suplementação é ganho de peso na seca, há necessidade de se incluir energia e proteína no sal mineral. Nesse caso, a mistura tem sido denominada de "Mistura Mineral Múltipla", mas comumente chamada de proteinado. Essa mistura deve complementar os macros e os microelementos das forrageiras e suplementar proteína e energia. Geralmente, são constituídas de cloreto de sódio (controlador da ingestão), mistura mineral, ureia, uma fonte de proteína verdadeira e uma fonte de carboidrato solúvel. Recomenda-se essa suplementação, durante todo o período seco e o consumo diário deve ser de 0,5 a 1 g/ kg peso vivo.

Trabalho da Embrapa que testou três tipos de misturas múltiplas em relação a animais que receberam mistura mineral exclusiva, verificou que os animais arraçoados com suplementos proteicos proporcionaram melhor ganho de peso e retorno econômico. Havia boa oferta de forragem, maior que 4.000 kg MS / ha e os ganhos foram 148 g/dia com suplemento mineral, 198 com mistura múltipla sem farelo de soja, 191 com mistura múltipla com 7% de farelo de soja e 228 com mistura múltipla com 15% de farelo de soja (Fonte: Adaptado de Lopes et al., 2001ª).

O aumento da quantia de misturas múltiplas fornecidas aos animais melhora o desempenho animal, porém o maior fornecimento de concentrado não garante sua maior eficiência e quantias mais moderadas de suplemento, que estimulam o consumo e melhoram o aproveitamento da forragem, durante o período da seca, apresenta boa relação benefício:custo, principalmente quando há boa oferta de forragem mesmo que de menor valor nutritivo.

As misturas múltiplas ou proteinados podem ter em sua composição aditivos que melhoram o ambiente ruminal aumentando o desempenho e eficiência do produto sem elevar os preços de forma expressiva. Esses aditivos, ionóforos, óleos essenciais, taninos quando incorporados ao produto elevam a eficiência e o resultado.

Durante a seca, o uso das misturas múltiplas (proteinados) melhoram o desempenho animal aumentando a eficiência de produção da propriedade.


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