12/04/2023 às 09h27min - Atualizada em 12/04/2023 às 09h27min

Mais arrobas com sal mineral ureado

Durante o período seco do ano, além da oferta de forragem diminuir, cai a qualidade da pastagem e os níveis de digestibilidade e proteína baixos prejudicam o desempenho animal nessa época e é comum, onde nenhuma estratégia de suplementação é utilizada, que o animal perca peso. A adição de ureia ao suplemento mineral, além de aumentar o aporte de proteína, favorece o consumo da forragem disponível, de menor qualidade e de forma econômica melhora-se os resultados de ganho. Tem-se que ter cuidado com a ureia e seu manejo para evitar problemas de intoxicação.

Esta estratégia de suplementação apresenta baixo consumo e resulta em desempenhos limitados, porém melhores do que aqueles em que nada é fornecido. Seu uso é específico para regiões de seca bem caracterizada, onde haja disponibilidade de macega, mesmo que de baixa qualidade. Pode reverter uma situação de perda de peso vivo acentuada para moderada ou até mantença, dependendo da oferta de pasto e taxa de lotação animal. É recomendado o uso da mistura ureia e suplemento mineral na proporção de 30-40% de ureia para 70-60% de mistura mineral, após adaptação. Nessa fase, se coloca 90% de suplemento mineral e 10% de ureia na primeira semana, 80% de suplemento mineral e 20% de ureia na segunda e 70% de suplemento mineral e 30% de ureia da terceira em diante.

Os suplementos proteicos geralmente aumentam o desempenho animal em pastagens, devido a vários fatores, sendo o aumento na ingestão de forragem o principal. No caso de pastagem com menos de 7% de proteína, o nitrogênio suplementar fornecido aos microrganismos aumenta a síntese proteica e a taxa de digestão. O maior fluxo de proteína melhora a eficiência da utilização da energia, o fornecimento de aminoácidos deficientes e melhorando o N ruminal por intermédio da reciclagem do nitrogênio.

Em trabalho onde se testaram quatro suplementos no arraçoamento de bovinos, o pior desempenho dos animais foi dos animais que receberam apenas a mistura mineral, perda diária de 96 g (Figura 1). Os animais que receberam proteinado sem ureia (20% de PB) ganharam 86 g/d e os animais suplementados com ureia que ganharam 207 g/dia. O melhor desempenho, ganho de 357 g/dia, foi apresentado pelo grupo que recebeu o proteinado com ureia. Neste trabalho, a adição de 21% de ureia ao suplemento mineral aumentou a ingestão de proteína devido ao maior consumo da mistura em relação ao suplemento mineral exclusivo.

Figura 1 -   Ganho de peso e consumo de quatro suplementos por bovinos durante a seca

O uso de ureia exige melhor manejo no fornecimento do suplemento, não pode molhar, o período de adaptação tem que ser respeitado, pois a ureia é muito tóxica quando ingerida por animais não adaptados ou consumida em grande quantidade. Quando por algum motivo o fornecimento é interrompido, uma nova adaptação deverá ser feita.

A adição de ureia ao suplemento mineral é uma forma econômica de aumentar o aporte de proteína na seca e melhorar o desempenho na época seca do ano.


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