11/04/2023 às 10h59min - Atualizada em 11/04/2023 às 10h59min

Escala montada por indústria frigorífica na última semana de março pressiona mercado no curto prazo

As questões da oferta e demanda, da mesa de negócios se equilibrar ou não e, por vezes, pesar mais de um lado, são comuns na cadeia produtiva da carne bovina. O fato é como havíamos destacado no começo do bloqueio das exportações brasileiras para China, que em algum momento a demanda viria forte sobre o produto brasileiro e arroba subiria, se confirmou. Por outro lado, que no curto prazo o cenário seria das indústrias reequilibrando suas escalas também. O problema é que isso ocorreu mais rápido, se comparado ao previsto.

A última semana, “Semana Santa”, era sim complicada para os aspectos de comercialização e vislumbramento de negócios com boi gordo, um dia a menos de mercado e pouco foco nas relações. Apesar de não poder ser considerada um parâmetro ideal para entender o momento mercadológico, o período citado contou com queda nos preços da arroba do boi gordo, em R$ 10/arroba, na praça de São Paulo e recuos em muitas outras. As escalas, na média nacional estariam entre oito e nove dias, para os paulistas em 11. Todavia, a tal “escala” foi construída antes...explico durante o texto.

O questionamento ou até mesmo insatisfação de momento é por saber se a escala citada é de fato “folgada” quem sabe “tranquila” para a indústria frigorífica. Se considerado os 11 dias de trabalho fabril garantidos em São Paulo, diria que não. São praticamente duas semanas de atividades completas, o que faz com que a área de compras fique atenta para defender a escala, com tentativas de aproveitar (pressionar por preços mais baixos) a arroba do boi gordo. Faz parte do jogo. Apesar de não ser um ambiente de folga, não chega a ser algo para pressionar a indústria como “cinco dias de escalas” e, portanto, tempo suficiente para tentar negócios melhores (para a indústria).

Por fim, de fato, houve uma oferta maior de animais para abates na última semana de março, com preços interessantes para quem vendeu e procurou evitar negociar na Semana Santa. Os resultados das escalas citadas nos parágrafos anteriores trouxeram a natural pressão nos preços. O cenário deve mudar, mas, agora, o pecuarista vai precisar trabalhar mais na negociação e esperar um pouco mais.

Para a semana atual é esperada algum tipo de reação. É bem provável que o pecuarista não aceite as propostas mais baixas pela arroba do boi gordo em São Paulo e demais estados brasileiros. Há um clima melhor nas relações de negócios de exportação de carne bovina, com a total retomada, “pós-vaca fake”, com a Rússia também retomando as compras do produto brasileiro.

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