15/03/2023 às 10h20min - Atualizada em 15/03/2023 às 13h30min

Mais arrobas por animal ou por área? Os dois!

O Brasil evoluiu muito na produção animal, tanto na precocidade e desempenho animal como na produtividade das pastagens e hoje temos tecnologia para produzir carne de boa qualidade com animais precoces, eficientes, em boas pastagens, terminados sem ou com concentrados ou em confinamento. As pastagens estão mais produtivas, melhor manejadas e cada vez mais, em solos com a fertilidade corrigida.

A produtividade animal da pecuária brasileira tem crescido ano a ano. Investimentos em genética, sanidade animal, nutrição tem permitido o elevado desempenho animal e a maior produtividade de carne. No quesito animal, a evolução foi enorme, com animais abatidos ou em idade reprodutiva cada vez mais jovens, aumentando o desfrute e a produtividade do rebanho.

A produtividade em pastagens também melhorou, com maiores conhecimentos de manejo, melhores e mais produtivos capins, maior uso de insumos e adubos, porém esta evoluiu pouco em relação a produção por animal, pois enquanto os ganhos elevados em confinamento mostram que os animais têm genética para ganhos superiores a 1,5 kg/cab. dia, a produtividade por área com lotação média de 1,3 cab./ha, produziu somente 4,3 @ / ha em 2020 (Anuário ABIEC) e ainda pode melhorar muito (Tabela 1).

Tabela 1 – Produtividade (@/ha) em função da taxa de lotação e ganho de peso.

O conhecimento e a existência de propriedades com elevada taxa de lotação, mostram que esse é o grande gargalo na pecuária brasileira, pois além da arroba produzida em pastagem ser mais barata, o maior patrimônio do pecuarista, a terra, tem gerado pouca rentabilidade e tornado a atividade pouco competitiva frente as outras formas de exploração agropecuária como soja, cana, eucalipto etc.

As propriedades de pecuária eficiente devem explorar o potencial genético dos animais, melhorando o desfrute e a rentabilidade, porém quando se eleva a produtividade da pastagem e explora altas taxa de lotação pode-se produzir 15 a 20 vezes a média atual.

A aliança de tecnologias que melhoram o ganho de peso e a eficiência reprodutiva como genética, suplementação e sanidade são potencializadas com a melhor eficiência de uso das pastagens. Uma mesma pastagem, bem manejada, onde os animais ganham 600 g por dia podem passar de 9,5 para 16,1 @ por/ ha com aumento da taxa de lotação de menos de uma cabeça por h, de 1,3 para 2,2 cab./ha, algo fácil de conseguir em pastagens bem formadas e manejadas (Tabela 1).

A maior eficiência animal e o melhor uso das pastagens elevam a produtividade da pecuária. Hoje existe tecnologia e conhecimento para se obter alta produtividade por animal e área.


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