As exportações brasileiras do agronegócio registraram US$ 9,9 bilhões durante fevereiro, com vendas recordes nos dois primeiros meses do ano. Apesar da redução de 12% no índice no volume, o índice de preços para exportação aumentou em quase 7%. Os destaques do mês foram o milho, a celulose, o farelo e óleo de soja e a carne de frango.
No entanto, houve queda nas exportações devido à redução do volume de soja exportado, influenciado pelo atraso na safra, apesar da produção recorde estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 151,4 milhões de toneladas para a safra 2022/2023.
Açúcar e trigo também tiveram queda nas exportações com à menor disponibilidade para negócios causada por preocupações com a safra argentina no caso do trigo, e menor moagem de cana-de-açúcar devido às condições climáticas. A carne bovina também teve desempenho desfavorável em função da queda dos preços internacionais e da queda no volume exportado.
Um dos motivos para a queda no volume foi um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina ("doença da vaca louca") relatado à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 22 de fevereiro. Em decorrência desse caso, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro.
Os embarques do agronegócio brasileiro bateram recorde para o primeiro bimestre do ano, com US$ 20,1 bilhões. Destaque para as exportações recordes de farelo e óleo de soja, carne de frango e suína, milho e celulose.
Os embarques de milho somaram mais de 2 milhões de toneladas, com receita de US$ 689 milhões. Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o desempenho favorável do cereal se deve à baixa oferta internacional e alta produção nacional para a atual safra.
No último levantamento da Conab, a safra estimada era de cerca de 125 milhões de toneladas de milho. Assim, o Brasil deve ser o maior exportador mundial de milho nesta safra.
Os principais importadores de milho em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã.
As exportações de celulose bateram recorde em valor e volume em fevereiro, atingindo US$ 766 e 1,6 milhão de toneladas, respectivamente. Os países mais industrializados do mundo são os maiores demandantes da celulose brasileira: China, União Européia e Estados Unidos.
As exportações de farelo de soja, produto do complexo soja, chegaram a US$ 710 milhões, devido ao aumento do preço médio de exportação, que subiu 23%. Os principais importadores foram Tailândia, Holanda, Polônia, França e Indonésia.
Ainda no complexo soja, o óleo de soja teve desempenho recorde em receita e volume em fevereiro, atingindo US$ 268 milhões, apesar da queda de cerca de 16,8% no preço médio de exportação. Índia e Bangladesh impulsionaram as vendas, importando 33% (73 mil toneladas) e 25% (57 mil toneladas), respectivamente, de todo o volume exportado.
A carne de frango teve recorde para fevereiro, com 372 mil toneladas e US$ 726 milhões. Segundo analistas do SCRI/Mapa, o Brasil, sem nenhum caso de gripe aviária, consegue bater recordes nos embarques dessa proteína, tendo em vista o cenário mundial. Os principais compradores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.
Da Redação, com Mapa