As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta quarta-feira (4), mas o viés foi mais de queda do que de apetite ao risco depois que dados da Automatic Data Processing (ADP) mostraram que o setor privado americano criou menos empregos do que o esperado em julho, aumentando as preocupações de que a recuperação da pandemia possa estar parando. Segundo a ADP, 330 mil empregos foram criados no mês passado, quase metade do número que os economistas esperavam. Os dados oficiais sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos serão divulgados no chamado "payroll", na sexta-feira (6).
Depois de bater recorde ontem, o índice S&P 500 fechou em queda de 0,46%, a 4.402,66 pontos. O Dow Jones caiu 0,92%, a 34.792,67 pontos, enquanto o Nasdaq encerrou o pregão em leve alta de 0,13%, a 14.780,53 pontos.
"A recuperação do mercado de trabalho continua exibindo um progresso desigual, mas ainda indica um progresso", disse Nela Richardson, economista-chefe da ADP. "Gargalos nas contratações continuam segurando ganhos mais fortes, especialmente em meio aos novos receios relacionados às variantes da covid-19. Estas barreiras devem diminuir nos próximos meses, o que pode trazer ganhos mensais mais fortes no futuro."
As ações em Nova York também receberam pressão dos comentários do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Richard Clarida, que disse que o BC americano pode considerar a possibilidade de elevar as taxas de juros, atualmente próximas de zero, até o início de 2023 e que a inflação neste momento "está muito mais do que moderadamente acima da meta do Fed".
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços americano elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) indicou alta a 64,1 pontos em julho, superando o recorde anterior de 64,0 pontos, anotado em maio deste ano. O índice ficou muito acima da expectativa de consenso, de leve alta a 60,5 pontos no período.