O faturamento das exportações brasileiras de produtos do agronegócio registrou um recorde pelo terceiro ano consecutivo em 2022, atingindo quase US$ 160 bilhões, de acordo com pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, com dados do Ministério da Economia (ME) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse valor representa um aumento de 33% em relação a 2021 e contribuiu para um superávit comercial de US$ 60 bilhões do país.
Esse resultado foi impulsionado por avanços nos preços médios em dólar e no volume de produtos embarcados, que aumentaram 19% e 12%, respectivamente, em comparação a 2021. Apesar da evolução da taxa real de câmbio doméstica não ter sido favorável ao setor, o faturamento em moeda nacional aumentou 15%.
Entre os produtos do agronegócio, com exceção da carne suína, todos apresentaram aumento nos preços em dólar, com destaque para o café (55%), milho (39%), etanol (31%) e óleo de soja (24%). Quanto aos volumes, o milho, óleo de soja, carne bovina in natura, etanol, celulose, farelo de soja, suco de laranja e carne de frango apresentaram os maiores aumentos.
A soja e seus derivados foram responsáveis por 38% do faturamento, seguidos pelas carnes (16%) e produtos florestais (10%). A China continuou sendo o maior parceiro comercial do agronegócio brasileiro, com quase 32% das vendas externas, apesar de sua participação ter caído em relação a 2021.
Para 2023, espera-se um desaquecimento no crescimento mundial. A safra brasileira de grãos deve crescer, e a expectativa é de avanço no abate de animais na pecuária, mas fatores climáticos e sanitários, como o surgimento de casos de influenza aviária em países vizinhos e o recente caso de "mal da vaca louca" no Pará, podem resultar em diminuição nos embarques de carne.
A retomada das vendas externas pode ocorrer por meio de negociações entre as autoridades brasileiras e o mercado internacional ou devido à dependência mundial em relação à carne brasileira.
Da Redação, com Notícias Agrícolas e Cepea