Análise da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o mercado de milho segue favorável aos produtores, apesar da expectativa de uma safra recorde de aproximadamente 123,74 milhões de toneladas. A alta demanda e as incertezas na oferta mundial devem garantir preços lucrativos para os produtores.
As condições climáticas adversas afetaram as lavouras no Rio Grande do Sul e na Argentina, levando a uma redução projetada de 9,6% na produção de milho no país vizinho. Além disso, há incerteza quanto à exportação de milho da Ucrânia para a Europa devido ao conflito no leste europeu.
Ao lado da demanda, a entrada da China como um dos principais compradores do milho brasileiro para a safra 2022/23 contribui para a pressão de alta sobre os preços. As exportações de milho para o mercado externo totalizaram cerca de 6,17 milhões de toneladas em janeiro, um aumento de 126% em relação ao mesmo período de 2022 e de 120,7% em relação à média negociada nos últimos 5 anos.
Apesar da colheita da primeira safra no Brasil, que costuma resultar em queda sazonal de preços, a aceleração das exportações e a redução dos estoques de passagem têm freado a tendência de queda dos preços do cereal no mercado interno.
Algodão
O mercado de algodão, por outro lado, apresenta um cenário mais volátil, com compradores e vendedores cautelosos. A comercialização da fibra continua lenta, e os produtores oferecem apenas a quantidade necessária. O relatório da Conab aponta para uma expectativa de aumento de produtividade e área dedicada ao algodão para a safra 2022/23, projetando uma colheita de aproximadamente 3 milhões de toneladas, um aumento de 19,2% em relação à safra anterior.
Embora haja sinais de melhora no comércio internacional e recuperação do consumo e da produção na China, ainda há preocupação com a crise econômica global. O relatório da AgroConab, conhecido nesta quinta-feira, tem análises detalhadas sobre os mercados de arroz, feijão, soja, trigo, carne bovina, aves e suínos.
Da Redação, com Conab