Com o tempo correndo bem e fartura de pastos, muitos produtores não dão a devida importância à mudança climática que normalmente ocorre a no final das águas, com diminuição das chuvas e queda da temperatura.
As pastagens diminuem o acúmulo de massa e a forragem ofertada diminui. O capim que sobra do pastejo ou de vedação dos pastos perde qualidade e se tem um alimento que não é tão bom quanto o auge das chuvas e nem tão ruim como o pico da seca.
Para que o animal continue ganhando peso e tenha bom desempenho nessa fase, ajustamos a qualidade da dieta com uma mistura múltipla (proteinado) que melhora o aporte de nutrientes, favorece o aproveitamento da forragem e melhora o desempenho animal.
As pastagens variam a oferta e a qualidade da forragem ao longo do ano, sendo no período de chuvas de elevada disponibilidade e valor nutritivo e no pico da seca, principalmente a forragem vedada ou que sobrou época favorável, de composição fibrosa e pobre em nutrientes. Na fase de transição, final das águas e início da seca, a pastagem já perde parte da qualidade, com valor nutritivo menor e aquém das necessidades de bom desempenho (Figura 1).
Figura 1 - Variação sazonal no teor de PB e DIVMO da Brachiaria decumbens em sistema de pastejo contínuo. Fonte: Euclides, V.P.B., 1999.
A suplementação com uma mistura múltipla (proteinado) nessa época favorece o desempenho e o animal continua ganhando peso por um período maior, adiantando a engorda e a reprodução de animais mais novos. Esse produto pode ter menos proteína, consequentemente menos ureia, diminuindo o risco de intoxicação já que ainda há ocorrência de chuvas.
Essa fase do ano, ainda tem boa oferta de forragem e a mistura múltipla fará com que o animal melhore o consumo de capim, de menor qualidade que no auge das águas, mas ainda de boa composição e a maior ingestão de forragem somado ao pequeno aporte de nutrientes do proteinado e com a presença de aditivos melhoradores da degradação ruminal melhorará o desempenho animal e os resultados do período final das águas.
O produto usado nessa época do ano pode ter um teor de proteína menor, em torno de 20-25%, com consumo ajustado para o desempenho desejado, cujo objetivo é permanecer próximo àquele obtido nas águas e adequado ao crescimento contínuo dos animais.
O ajuste da dieta nessa fase de transição águas – seca faz com que o animal não perca desempenho, continue crescendo ou engordando e, portanto, favorecendo maior produção por animal e por área com maiores ganhos de produtividade.
A forragem ofertada na pastagem muda de qualidade ao longo do ano e o ajuste do suplemento, inclusive na fase de transição águas – seca favorece a melhor produtividade.