15/12/2022 às 11h50min - Atualizada em 15/12/2022 às 11h50min

Mais arrobas com pasto de escape

O pastejo rotacionado é o melhor sistema de manejo de pastagens por facilitar o controlo do pastejo da forrageira pelo produtor. O problema é que a necessidade dos animais é constante e o acúmulo de forragem é variável, principalmente em função das ocorrências climáticas. O pasto de escape é a área disponível que ajuda nesse ajuste e permite equilibrar a oferta de forragem.

O uso de pastagens na alimentação de bovinos é a estratégia mais econômica na produção de bezerros e carne. Quando o animal está em pastagens e ele é a “máquina” que colhe seu próprio alimento, portanto custo de produção é menor e atividade se torna mais rentável.

O pastejo rotacionado entre os diferentes métodos de pastejo é o que proporciona melhor equilíbrio entre eficiência de pastejo e operacionalidade. A simples divisão das pastagens em piquetes e rotacionando os animais que entram na área quando está no melhor ponto de eficiência de produção e qualidade da forragem e sai quando a oferta de forragem é baixa para bons desempenhos, mas principalmente respeitando a forrageira e permitindo melhor rebrota.

O manejo rotacionado pode ser por dias fixos ou por altura. No fixo, onde o animal fica um determinado número de dias fixo no piquete (período de ocupação) e é vedado por um determinado número de dias, também fixo (período de descanso). Esse manejo, apesar de ser de fácil operacionalização, não respeita a fisiologia de crescimento da forragem e há perda da eficiência de pastejo, ou seja, pode haver perdas de forragem e/ou superpastejo de algum dos piquetes, pois o acúmulo de massa varia entre as diferentes áreas.

O manejo por altura, onde o animal entra no piquete quando a planta atinge a altura ideal (95% de interceptação luminosa) e sai quando atinge a altura mínima recomendada para aquela forrageira e em seguida é vedado até atingir o ponto ideal novamente. Tanto o período de ocupação como o de descanso são variáveis, porém não muito diferente entre piquetes, mas alteram mais em função da adubação e época do ano. Esse sistema respeita mais a fisiologia de crescimento da forragem, aumentando eficiência de pastejo, ou seja, mais forragem com melhor valor nutritivo é colhida e no ponto ideal de pastejo.

As variações do clima, mesmo no período do verão, tornam inconstante o acúmulo de forragem, podendo momentaneamente faltar forragem para os animais mesmo nessa época favorável do ano. O uso e ajuste da adubação nitrogenada e/ou oferta de volumoso podem ajudar a regular a oferta de alimento, mas a melhor forma de regular a disponibilidade de forragem seria a presença de pastos de escape (Figura 1) e sua utilização nos momentos de escassez de forragem.

Figura 1 – Projeto de pastejo rotacionado com pasto de escape incluído no sistema.

Esses pastos devem ser formados preferencialmente por forrageiras que não perdem o valor nutritivo rapidamente, como as brizanthas marandu, piatã, ipyporã ou paiaguás e ficariam reservados para os momentos de emergência ou ocorrência de veranicos e aqueles que não fossem usados, seriam mantidos como reserva para a seca. Durante o período das chuvas, eles podem ser usados, mas sempre com taxas de lotação inferior a sua capacidade de suporte, para que possam ter forragem de sobra em momentos de emergência com falta de forragem.

A existência de alguns pastos de escape na propriedade permite um ajuste mais seguro da oferta de forragem, sem prejudicar altura de manejo ideal das pastagens e preservando-as, bem como sem falta de forragem para os animais.

 


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