Ao final da conferência mais importante do clima no Planeta, a COP27, no Egito, restou um gosto meio doce e meio amargo, ou agridoce, como definiu a repórter Cristiane Prizibisczi, do Portal de jornalismo ambiental “O Eco”, que participou da Convenção sobre o clima mais longa da história, do começo ao fim.
O “meio doce” vem da criação de um Fundo de Reparação de Perdas e Danos. A vitória é porque esse Fundo está na agenda de discussão desde a primeira COP, há 30 anos. O meio amargo, é porque ele ficou aquém do esperado, não definiu quais países vão aportar recursos e a diferença entre desenvolvidos e subdesenvolvidos. Falava-se em um Fundo de US$ 500 bi e ele ficou em US$ 100 bi.
O dinheiro é para mitigar ou evitar desastres causados pela natureza nos países pobres, que não têm economias que provocam essas catástrofes em função de alterações climáticas
Os países ricos, sabidamente responsáveis pelas transformações no meio ambiente do Planeta, querem que os países emergentes ou em desenvolvimento, coloquem dinheiro. Por isso, não se sabe quem vai doar e quem vai receber. O país que mais tentou barrar o Fundo foi o Estados Unidos.
Grave
A avaliação mais grave que se faz da COP27 está ligada aos combustíveis fósseis. Na COP26, em Glasgow, na Escócia, ficou acordado que definitivamente o assunto seria enfrentado de forma a começar a reversão total do seu uso, principalmente do petróleo e gás. Nos combustíveis fósseis são os responsáveis pelos gases do efeito estufa, que aquece o Planeta.
No Egito, no entanto, o assunto começou a ser discutido na plenária principal, no antepenúltimo dia da Conferência.
Para piorar, não houve avanço. Um dos motivos é a eclosão da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que colocou em risco a disponibilidade de gás para os europeus durante o inverno e alguns países retomaram a prática de usar carvão mineral para geração de energia elétrica. O carvão é o combustível que mais produz gás carbônico e aquele o Planeta.
A repercussão negativa é tal que antes da COP28, nos Emirados Árabes, haverá duas reuniões para tentar chegar no encontro com uma pauta mais clara e objetivos comuns pré-acordados.
Emirados Árabes
A próxima COP, a 28, já preocupa os ambientalistas. Um dos motivos, é que toda a economia dos Emirados Árabes vem u está ligada à indústria de combustível fóssil: o petróleo e o gás natural. Na COP27, no Egito, havia 80 representantes das empresas petrolíferas dos Emirados Árabes s preparando para o próximo encontro.
Preocupação
Uma das maiores preocupações dos arquitetos desse tipo de reunião para resolver um problema global é que ele se realiza há 30 anos e muito pouco se avançou, na prática, contra os males que o grupo tenta combater.
Em relação ao Fundo para bancar perdas e danos, por exemplo, os países ricos dizem que há 50 anos metade da poluição dos gases que aquece o Planeta veem do desenvolvimento acelerado e sem controle de países pobres, notadamente com a queima de seus biomas naturais, para de desenvolver. Principalmente de florestas.
Na verdade, a CO27 deixou mais interrogações que possibilidades de solução dos problemas amentais que envolvem todo o Planeta.