12/12/2022 às 10h12min - Atualizada em 12/12/2022 às 10h12min

Brasil quebrará recorde na produção de trigo em 2022

O Brasil caminha para bater valor recorde na produção de trigo na atual safra. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção final de 9,5 milhões de toneladas. O crescimento em relação à safra passada é de 23,7%. Se compararmos com o volume colhido em 2019, a produção do trigo dobrou no país: são de 5,1 milhões de toneladas.

A boa colheita é resultado da demanda aquecida pelo cereal e a oferta mundial restrita. A Argentina deve apresentar quebra de safra devido às condições climáticas. A produção do país vizinho vai cair de 22 milhões de toneladas na safra passada para 15,5 milhões de toneladas na atual. Além de derrubar as exportações do país em 6 milhões de toneladas, os grãos não são bons. Outro país que se vê em condições de baixa é a Austrália, que também pode acabar com a qualidade do grão afetado por conta do clima.

“As altas cotações do cereal no mercado internacional, registradas desde a safra passada, têm favorecido e incentivado os produtores brasileiros. O conflito entre Rússia e Ucrânia também gera uma incerteza com relação à disponibilidade mundial de trigo. Além disso, as questões climáticas que afetaram as culturas na última safra de verão no Brasil podem ter impulsionado alguns agricultores a mitigar as perdas registradas”, ressalta a analista de mercado da Conab, Flávia Starling.

O aumento da produção na última safra possibilita uma exportação recorde para o grão. No último ano comercial, o Brasil vendeu pouco mais de 3 milhões de toneladas do grão, um volume que deve se manter para a safra 2022/23. Ao mesmo tempo, o consumo interno também tende a apresentar crescimento em torno de 2%, estimado em aproximadamente 12,23 milhões de toneladas. Ainda assim, é esperado um acréscimo no estoque de passagem de julho de 2023, podendo chegar a 1,08 milhão de toneladas.

Novos mercados

Além dos moinhos, os produtores encontram alternativas quando o trigo não atinge o nível de qualidade para ser utilizado na indústria de panificação, como é o caso do mercado de ração. Com o preço do milho elevado, há valorização de produtos que podem ser utilizados como substitutos para a alimentação animal.

Outra possibilidade é utilizar o trigo como insumo na produção de biocombustíveis. “O etanol é produzido no Brasil basicamente com cana-de-açúcar e milho, mas o uso de cereais de inverno pode ser uma alternativa para a produção do etanol”, reforça Starling.

Da Redação, com Conab

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