06/12/2022 às 11h20min - Atualizada em 06/12/2022 às 11h20min

Boi gordo: tendência segue de alta para o boi

Começo o artigo da semana comentando a e mensagem enviada pelo senhor Egídio Guimarães Terenos, no Mato Grosso do Sul. “Fabiano, preço até subiu, mas pouco, a alta será o suficiente para compensar os recuos para arroba do boi gordo neste ano?”. Baseado no tempo que resta para finalização do ano, por um período sazonal natural de ritmo menor em embarques, provavelmente não.

Respondido o questionamento, agora, busco fundamentar a questão. Começo pela diferença entre as referências de preço de arroba. No dia 6 de dezembro de 2021 o indicador Boi Gordo Esalq/B3 trazia o valor de R$ 322,10 por arroba. Na mesma data em 2021, tivemos a marca de R$ 293,50/@. A diferença é de R$ 28,60, uma marca que, dificilmente seria retirada até o final do ano. Também, utilizando a mesa fonte em 4 de janeiro de 2022, primeiro dia útil do ano a referência já subia para R$ 339,10. Todavia a intensidade de subido vinha no ritmo do retorno de exportações de carne bovina para a China, depois do caso da vaca que nunca foi louca.

Entretanto, apesar de o consumo de carne bovina doméstico no Brasil ter encorpado muito nas últimas semanas, aquele “boom” ainda veio. Mas virá! Também, um outro elemento importante e que precisa ser observado o tempo todo pelo pecuarista brasileiro, é a necessidade de matéria-prima da indústria frigorífica para sua atividade fabril. Em linguagem direta, as escalas seguem reduzindo e já possível falar em algum tipo de arrocho, frente aos fortes desafios para manter os dias de trabalho. Relevante dizer também, o mercado atacadista, em linha geral, estar firme, com expectativa de alta no curto prazo com uma demanda interna mais clara fortalecida pelo 13o salário dos trabalhadores brasileiros, Copa do Mundo e festas do final de ano.

Neste caso, com cenário de consumo interno mais aquecido e com boas expectativas, e com escalas de abate em redução na indústria frigorífica, o pecuarista, o leitor, pode se perguntar: “Por qual motivo a alta ou recuperação não está sendo mantida nos últimos dias?”

A resposta passa pelo mercado atacadista de carne bovina, com uma espécie de devolutiva do mercado varejista. Houve um recuo no preço alavancada pelo “dianteiro”, fazendo com que a queda semanal girasse entre 0,1% até 0,5% (no caso de bovinos inteiros). O comprador de bois até tentou usar o argumento para ofertar preços menores, mas não foi aceito pelos pecuaristas. Então, a estabilidade.

As expectativas gerais não mudam. Sigo apostando em altas para arroba do boi gordo no curto prazo. Explico, mais uma vez, não ser uma alta vistosa e potente como vimos nos últimos anos. A mudança no ciclo pecuário mostra a tendência de maior oferta de fêmeas em breve e o produtor rural precisa estar pronto para este momento.

 

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