O ex-ministro do Meio Ambiente e membro do governo de transição, Carlos Minc, disse que o governo Lula pode adotar a produção sustentável de soja no Cerrado e o embargo de fazendas que forem flagradas desmatando ilegalmente já no primeiro semestre do novo governo, em 2023.
"Ontem e anteontem conversamos com o setor da soja para fazer um pacto sustentável no Cerrado", afirmou Minc em entrevista coletiva do grupo de trabalho sobre Meio Ambiente na sede do governo de transição em Brasília.
Segundo ele, o novo governo discute ainda embargar fazenda por sistema remoto, a partir dos dados dos satélites Prodes e Deter e, em um cruzamento, verificar com os Estados onde há licença para manejo. Se for desmatamento ilegal, o embargo será imediato, acredita.
"É uma medida rápida, barata, efetiva e claro que os bancos devem cumprir a obrigação deles de cortar o crédito a esses locais embargados", afirmou Minc, ao ressaltar que a medida seria feita em "grande escala" e teria "grande efeito".
O grupo faz severas críticas quanto à política do meio ambiente do atual governo, mas ainda analisa a situação para levar à Lula e pedir a implantação imediata. O presidente eleito deve receber o material do estudo em 10 dias.
O ex-ministro afirmou que o novo governo vai diminuir o desmatamento drasticamente em seis meses. "Acabou a moleza e a impunidade", disse ele, acrescentando que vai haver uma resposta muito forte, articulada com vários ministérios.
Marina Silva, do mesmo grupo de transição, disse que o governo tem a expectativa de chegar em 2030 com desmatamento zero. Marina acredita, no entanto, que é necessário recuperar o plano de combate ao desmatamento da Amazônia.
Noruega e Alemanha já toparam retomar o financiamento do fundo Amazônico, suspensos no governo Bolsonaro.
Da Redação, com Notícias Agrícolas