O governo britânico suspendeu as tarifas de importação para os sucos concentrado e não concentrado do Brasil. Medida foi anunciada passa a valer a partir 1º de janeiro de 2023 até 31 de dezembro de 2024. A informação foi recebida pela CitrusBR por meio da Associação Britânica de Bebidas (BSDA, sigla em inglês) e confirmada pela embaixada brasileira em Londres.
Segundo cálculos da CitrusBR ao se considerar a média das três últimas safras a economia no período será de pelo menos US$ 5 milhões. O diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, disse, em nota, que o setor já aguardava uma revisão das medidas tarifárias. "Nós sabíamos que haveria uma janela para a revisão de uma série de tarifas por causa da saída do Reino Unido da União Europeia e que existia uma chance real de conseguirmos essa isenção porque não há produção de suco de laranja local e não fazia sentido prejudicar o consumidor com uma sobretaxa que apenas encarece o produto."
O trabalho para a suspensão foi 100% desenhado pela equipe da CitrusBR, destacou Netto. Responsável pela condução da ação, a diretora de Relações Institucionais da CitrusBR, Tatiana Campos, explicou na nota que, além de dados econômicos, informações sobre a sustentabilidade do setor foram fornecidas para a construção do processo. Segundo ela, a conformidade socioambiental era um dos critérios. Área de preservação relacionadas a pomares da laranja, manejo de polinizadores, entre outros temas foram levados como argumentos.
"A sustentabilidade era um dos critérios e nesse quesito o setor de suco de laranja possui muita informação positiva". De acordo com Netto, em vez de fazer um pedido formal via governo Brasileiro, a estratégia foi acionar os representantes da Associação Britânica de Bebidas que representam os clientes e que têm interesse direto na maior competitividade do produto. "Ainda assim, contamos com forte apoio de nossa embaixada em Londres que nos trouxe contribuições importantes ao longo da ação", avalia.
O mercado britânico é o terceiro mais importante da Europa atrás de Alemanha e França e quarto mais importante quando comparado aos Estados Unidos. Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, o cenário só não é melhor por causa da restrição de oferta. "Neste momento vivemos um período em que a oferta de suco está muito apertada e esperamos que essa medida, que pode ser renovada, colha bons frutos ao longo dos próximos anos, aumentando ainda mais a competitividade do suco de laranja brasileiro", concluiu.
Estadão Conteúdo