22/04/2022 às 07h43min - Atualizada em 22/04/2022 às 10h49min

Conab estima produção de cana-de-açúcar para 2021/2022 em 585,2 milhões de toneladas

A produção de cana-de-açúcar vai sofrer uma quebra de 10,6% em relação à colheita do ano passado. A estimativa é que o volume colhido será de 585,2 milhões de toneladas. A informação é do Safras & Mercado, com dados do levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado na quarta-feira (20).

O principal motivo da queda, são as condições climáticas adversas que a cultura passou durante o ciclo produtivo. A estiagem e as baixas temperaturas registradas em junho e julho do ano passado influenciaram na produtividade nas principais regiões produtoras do país.

O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse que “a combinação de uma seca no segundo trimestre, numa intensidade que não se via há anos, com baixas temperaturas em junho, julho e agosto, e geadas pontuais em diversas lavouras, provocou acentuada queda na produtividade na Região Centro-Sul do país. Isso também resultou na antecipação do calendário de colheita em muitas lavouras, justamente para evitar maiores danos quantitativos e qualitativos.”.

Mas não foi apenas o clima que impactou a produtividade. A Conab estima que a área plantada reduziu 3,5%. Ela que foi de 8,6 milhões de hectares em 2021, caiu para 8,3 este ano, mesmo que o setor sucroalcooleiro tenha um cenário positivo. Tanto para o açúcar como para o etanol.

O diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen, explica que “a concorrência por área está se acentuando no Brasil. A rentabilidade da terra é um fator de decisão cada vez mais determinante na escolha da atividade a ser implementada na terra. A soma da rentabilidade da soja e do milho na mesma área é praticamente imbatível. Isso explica a dificuldade para expandir e mesmo manter a área de cana. Um fator a ser considerado, ainda na decisão, é o risco associado à produtividade, neste ponto a cana ainda leva vantagem.”.

O Sudeste continua a maior região produtora. A previsão é que a região colha 366,9 milhões de toneladas, redução de 14,4% em relação ao ciclo passado. A região Centro-Oeste deve colher 131,3 milhões de toneladas e o Sul, 31,9 milhões de toneladas.

Nas regiões Nordeste e Norte a área plantada foi bem inferior à da safra passada. A diferença, no entanto, é que as condições climáticas foram bem mais favoráveis. Vai colher 51,1 milhões de toneladas nos estados nordestinos e de 3,86 milhões de toneladas no Norte.

Produtos

Com esse cenário, os produtos derivados da cana-de-açúcar terão uma produção menor. O açúcar vai sofrer uma queda de 15%, chegando a 35,05 milhões de toneladas. E o etanol, com a produção da cana e do milho, será de 30,26 bilhões de litros. Também será menor, 7,7%.

Por outro lado, a produção total de etanol do milho cresceu 14,9%. Vai ser de 3,47 bilhões de litros. O anidro, vai crescer 4,2% e o hidratado, 19,7%, com 2,5 bilhões de litros.

Mercado

Mesmo com a alta nas cotações dos preços internacionais e taxa de câmbio elevada, as exportações de açúcar cresceram. Mesmo assim, os embarques da safra 2021/2022 registraram queda de 19,3%. Foram 26 milhões de toneladas.

Da Redação

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