13/04/2022 às 10h11min - Atualizada em 13/04/2022 às 10h11min

Guerra impacta custos dos insumos da pecuária de corte em todo o mundo

A guerra da Rússia contra a Ucrânia provoca impacto em todo o agronegócio mundial, especialmente por causa da variação dos preços das commodities. Milho e trigo são os dois produtos que mais preocupam. A Rússia e a Ucrânia são responsáveis por 20% da disponibilidade mundial desses vereais. A Rússia, no ano passado, colheu 88,9 milhões de toneladas de trigo e a Ucrânia foi o quinto país que mais exportou o produto. Foram 29 milhões de toneladas. As informações são do CarneTec, com dados da Comunicação Corporativa, assessoria da Trouw Nutrition.

Em nota, o diretor de Negócios da Trouw Nutrition, Francisco Olbrich, disse que os “avicultores, suinocultores, produtores de leite e pecuaristas de corte já estão sentindo o peso no bolso, porque além da invasão da Rússia à Ucrânia, há também o aumento do preço dos combustíveis, que impacta a cadeia produtiva como um todo. Diante disso, é essencial nos preparar pois dependemos da importação de fertilizantes, como ureia e potássio, o que também pode impactar negativamente nosso poder de produzir grãos.”

O consultor do Banco Itaú para o agronegócio, Cesar Castro Alves, os produtores de carne são os que mais sentem os impactos.. “O quadro do abastecimento das matérias-primas seguirá complicado até a entrada da safrinha no mercado. Portanto, os próximos meses serão desafiadores para quem precisa dos grãos”, diz ele em nota.

As incertezas provocadas pela guerra e a circulação das commodities vai ser mais difícil administrar o negócio de modo eficiente. O diretor da Radar Investimentos, Leandro Bovo, o gerenciamento do risco de preços é a meta necessária nessa hora. “Existem três alternativas para gerenciar o risco de preços na pecuária de corte: venda no mercado futuro, compra de seguro de preço mínimo e bloqueio de um intervalo de preços.”

O CaneTec lembra que “a negociação no mercado futuro envolve compra e venda de arrobas do boi, em uma data futura, por preço estabelecido no momento da negociação. Essa ferramenta pode ser utilizada pelos pecuaristas que desejam evitar as oscilações de preços.”

A sápida para o produtor, é o seguro de preço mínimo para a arroba do boi gordo. Caso no dia da venda ela esteja desvalorizada, o segundo garante o preço da negociação como no mercado futuro. Se a arroba estiver com preço maior do que o que foi comercializado, ou se estiver menor, é pago o valor estabelecido no dia da negociação.

O seguro praticamente congela o preço em que a arroba foi comercializada. É uma ferramenta que protege a negociação e o custo de produção.

Francisco Olbrich conclui afirmando que “os desafios são reais. No entanto, por mais que o cenário seja desafiador, precisamos olhar o copo meio cheio: em fevereiro, o Brasil teve recorde de exportações de carne, com alta demanda global. Quando pensamos por esse lado, isso é positivo para o pecuarista. A China, por exemplo, continua comprando, ajudando a manter o valor da arroba. O fato é que temos de aprender a lidar com a situação, utilizando as ferramentas a nosso alcance.”

 

Da Redação.

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