O analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierres Roque, prevê que a safra de soja no Brasil seja 14% menor do que o projetado para 2021/2022. Ele anota como o principal fator pela quebra, o clima na região Sul do país. A previsão foi feita na 3ª SAFRAS Agri Week. A Feira vai até amanhã, quinta-feira, 24.
“Devemos fechar com cerca de 125 milhões de toneladas, ante potencial de 145 milhões ou até mais”, destaca. No Rio Grande do Sul a quebra deve chegar a 40% e em Santa Catarina em 19%. No Paraná, ele acredita em retração ainda maior, chegando a 43%. “Além da falta de chuva e das temperaturas elevadas, vale ressaltar ainda que o estado gaúcho não atingiu toda a área esperada para 2021/22”, relata Gutierrez Roque.
Ele também destaca a crise provocada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, e diz que o reflexo é menor sobre a oleaginosa. “Tem um impacto indireto”. “Com as sanções, a China pode comprar mais da Rússia, por ser um parceiro”. Mas diz que a relevância russa é pequena no mercado mundial da commodity.
O analista indica que a China continua o maior importador e prevê que ela embarque 100 milhões de toneladas em 2022. “O consumo chinês deve seguir elevado” e afirma que “vale lembrar que a China prefere o produto brasileiro em detrimento ao norte-americano”. Acredita que “mesmo com a queda do dólar, o Brasil segue competitivo no mercado exportador”.
Prevê que a moeda americana fique num patamar entre R$ 4,85 e R$ 4,90. Cita como pontos determinantes para a manutenção do dólar nesse patamar os problemas fiscais, econômicos e a eleição presidencial.
Informa que a produção de soja nos Estados Unidos também será grande. “A área pode ser maior este ano”, diz. O relatório que vai apontar a produção norte-americana sai dia 31 de março.
Da Redação