18/03/2022 às 08h46min - Atualizada em 18/03/2022 às 11h16min

Guerra já afeta segurança alimentar na África e no Oriente Médio

O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFIDA) das Nações Unidas informou nesta quinta-feira (17) que a guerra da Rússia na Ucrânia já afeta o Oriente Médio e o Norte da África e continuará a se alastrar rapidamente. A informação é da Agência Brasil.

Os primeiros reflexos são a elevação dos preços dos alimentos e a escassez dos produtos agrícolas produzidos nos países envolvidos. Os reflexos já são sentidos no Oriente Médio e no Norte da África. Começa a se estender a países mais vulneráveis. Entre eles, o Chifre da África, onde as pessoas mais pobres estão em maior risco, segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), sediada em Roma.

A Agência informa que “um quarto das exportações mundiais de trigo é proveniente da Rússia e da Ucrânia” e “40% do trigo e do milho da Ucrânia são destinados ao Oriente Médio e à África, que já se debatem com problemas de fome, e onde a escassez de alimentos ou o aumento dos preços corre o risco de empurrar milhões de pessoas para a pobreza”.

Os fertilizantes produzidos pela Rússia, antes mesmo da guerra, eram 30% maiores. Eles atingiram o pico de preços.

O presidente da agência, Gilbert F. Houngbo, disse: “estou profundamente preocupado que o conflito violento na Ucrânia, que já é uma catástrofe para os diretamente envolvidos, seja também uma tragédia para as pessoas mais pobres do mundo, que vivem nas zonas rurais, e que não podem absorver os aumentos de preços dos alimentos básicos e dos fertilizantes agrícolas que resultarão das perturbações no comércio global”.

“Já estamos assistindo a aumentos de preços e isso pode levar a uma escalada da fome e da pobreza, com graves consequências para a estabilidade global”, acrescentou.

Na Somália, 3,8 milhões de pessoas já se encontram em grave insegurança alimentar. Os custos com a eletricidade e com os transportes dispararam devido ao aumento dos preços dos combustíveis.

No Egito, os preços do trigo e do óleo de girassol subiram devido à dependência do país em relação à Rússia e à Ucrânia para 85% do seu abastecimento de trigo e 73% do seu óleo de girassol.

No Líbano, 22% das famílias estão em insegurança alimentar, e a escassez de alimentos ou novos aumentos de preços irá exacerbar uma situação já desesperadora. O país importa até 80% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, mas só pode armazenar cerca de um mês de colheita de cada vez, devido à explosão no porto de Beirute em 2020, que destruiu os principais silos de cereais do país.

Da Redação, com Agência Brasil

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