Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disse em entrevista na TV Brasil que a segurança alimentar é uma questão de segurança nacional, segundo a Agência Brasil. Para ela, essa questão passa pelos fertilizantes, cuja possibilidade de faltar ganhou manchetes a partir da guerra entre Rússia e Ucrânia. Rússia e Belarus, envolvidos diretamente no conflito, são os maiores produtores e fornecedores de potássio e de hidrogenados ao Brasil.
“Quando cheguei ao ministério, vi esse problema e comecei a trabalhar em um plano para resolver esse problema.Os EUA tem 80% de produção própria e 20% de importados, a China está mais ou menos nesse patamar e o Brasil, com essa potência do agro que é, tem que chegar nesses patamares de mais autossuficiência”, disse a ministra durante entrevista ao programa Sem Censura, se referindo ao Plano Nacional de Fertilizantes, que será lançado este mês.
“[Com] esse plano nós podemos alcançar a autossuficiência [de fertilizantes] em 30 anos. Agora, é claro, que não depende só do governo. O governo está fazendo um plano que fez junto com nove ministérios, mas também junto com a iniciativa privada. Nós precisamos de investidores que venham investir na exploração desse Potássio, ou na ureia”, disse a ministra. As principais carências dos fertilizantes no Brasil são de Nitrogênio, de Fósforo e de Potássio.
No caso do Potássio, há minas em atividade em Sergipe e uma grande jazida na região de Autazes (AM), que, segundo a ministra, poderia trazer tranquilidade ao país quando começasse a ser explorada. “Hoje exite já um direito minerário que uma empresa para explorar, ela está em fase de licenciamento ambiental, é uma série de licenciamentos porque nós temos um código ambiental e mineral muito rígido faz com que isso demore muito mais para acontecer”.
A ministra se disse contrária à rigidez da legislação nacional. “Nós temos que ter celeridade na aprovação dessas licenças e saber aquilo que realmente importa é a parte da compensação. O Potássio é importante para o Brasil, é, então ele está em uma região que tem alguns problemas de meio ambiente, nós temos que ver a mitigação desses riscos, qual a compensação que pode ser feita e saber que isso é um problema de segurança nacional. Então a gente tem que, em alguns casos, ter essa excepcionalidade, e essa celeridade para que as coisas aconteçam de maneira mais célere”.
Da Redação, com Agência Brasil.