O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) afirma que o país pode ter escassez de fertilizantes e aumento dos preços, segundo Safras & Mercado. Os fertilizantes importados da Rússia e da Bielorússia são fundamentais para o agronegócio brasileiro. O país é dependente da importação do potássio produzido pela Rússia e da Ucrânia, os dois países que estão em guerra, insumos essenciais para a agricultura brasileira.
Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (braço da CNA) indicam que os preços do insumo aumentaram 5,8% em sete dias. A preocupação não é apenas do mercado doméstico. O mercado externo, dependente do agronegócio do Brasil, também começa a externar a sua apreensão, principalmente o mercado Chinês.
Além de grande, o agronegócio brasileiro está em plena ascensão e nossas exportações atendem a muitos mercados e a falta dos fertilizantes pode atingir os produtos que comercializamos no mundo. O país, ao invés de ter investido na produção própria, é cada dia mais dependente das importações para o fomento da agropecuária e para conseguir atender à demanda do mercado interno e do externo de commodities, dos alimentos processados e do biocombustível.
Os especialistas afirmam que nosso déficit na balança comercial de fertilizantes não é apenas por causa da demanda aquecida para nossos produtos, mas, principalmente, pela falta de estrutura para a produção local e deficiência de insumos internos. O setor sobrevive com uma escala muito grande e, embora consumimos o suficientemente para produção própria, com imensas potencialidades, não tem os investimentos necessários
O Brasil tem grandes desafios para conseguir independência na produção de fertilizantes. A necessidade de uma associação entre o setor privado e o estatal para investir em pesquisas geológicas e descoberta de minas de fosfato e potássio, igualdade tributária entre a produção local e o insumo importado, determinar uma alíquota única de ICMS para estabelecer um ambiente que seja igual para os produtos importados e aqueles produzidos aqui. Esse assunto, já é tratado em convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). Mas ainda longe de ser resolvido.
Um exemplo para das oportunidades na cadeia de produção dentro do Brasil é o Projeto Silvinita, que se desenvolve no estado do Amazonas. Ele tem elevado potencial para reduzir nossa dependência na importação do potássio. Sua implantação vem sendo perseguida há anos. Mas não consegue o licenciamento. Poderia ser resolvido como estratégia de soberania nacional.
Para fazer evoluir a solução do problema, o IBRAM está propondo um grupo de trabalho composto pela Casa Civil da presidência a Potássio Brasil, o governo do Amazonas, , Secretaria de Assuntos Estratégicos, IBAMA, FUNAI, Agência Nacional de Mineração, Serviço Geológico do Brasil, Petrobras, Comissões de Agricultura da Câmara e Senado, e o próprio IBRAM. O grupo pode dar novos contornos para um ouro, já criado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos em 2021. Ambos, terão a proposta de promover a produção do fertilizante nacional. O IBRAM está à disposição das autoridades e da sociedade brasileira para dar andamento a esta proposta, diz sua diretoria.
Da Redação