25/01/2022 às 09h32min - Atualizada em 25/01/2022 às 09h32min

Boi gordo deve apresentar novas altas em todas as praças produtoras

Não há dúvidas que estamos em momento decisivo para a cadeia produtiva da carne bovina no Brasil. Principalmente no que diz respeito ao preço da arroba do boi gordo, o boi China, a demanda externa e a forte capacidade de negociação que possuem os pecuaristas no país atualmente.

Há um elemento relevante para o mercado que temos visto com regularidade. Um mercado forte e equilibrado, indústrias buscando escalas de abates “seguras”, com manutenção de números superiores a sete dias de trabalho garantidos e pecuaristas cada vez melhores na ponta de vendas. O resultado são preços estabilizados, picos de alta significativos regulares e pontuais recuos em praças diversas do boi gordo pelo país.

Para entender a pluralidade da pecuária bovina de corte brasileira é necessário ter a visão de um país heterogêneo (em diversos sentidos), com condições climáticas e estruturas logísticas distintas. Claro que isso influi diretamente no fechamento do preço de qualquer coisa, no preço do bezerro (a), do gado magro e gado pronto, também. Então, ao subir ou cair o preço da arroba, observem a oferta local, cenário logístico do momento, capacidade do pecuarista segurar animais no campo e atuação das indústrias que atuam localmente. Depois faça a mesma análise em outros polos produtores.

Com sinceridade, um jargão do marketing web nunca fez tanto sentido, em especial para a cadeia produtiva da pecuária de corte brasileira: “Pensar global e atuar local”. A atuação do pecuarista e outros atores da pecuária do Brasil geram impactos em todo o Mundo, tanto nos países importadores de carne bovina, quanto nos demais players da produção mundial.

Voltando para a questão doméstica Nacional, em toda relação comercial há um ponto de confluência: Quem vende busca fazer pelo melhor preço que conseguir e quem compra tenta barganhar e pagar menos. Não há nada de errado nisso, sendo respeitadas as regras e leis do comércio. Digo isso, por vários pecuaristas enviarem mensagens pelo Instagram e Facebook questionando as cotações da arroba do boi gordo, ora com mercado firme e cotada em queda, mesmo quando boa parte do público sabe de negócios melhores e, seguramente, têm expectativas maiores de preços.

De fato, aquela observação feita alguns parágrafos antes, de analisar o mercado local e de outros polos produtores está ligado a isso. Com atuação nacional, a indústria consegue, muitas vezes, focar suas compras em praças que estão com oferta maior (seja por uma condição climática ou de mercado, por exemplo) em detrimento de outra. Quando ocorre, mexe, levemente, com as referências de preços. Uma gangorra de concentração de demanda. Mas uma gangorra cada vez menor e menos eficiente no Brasil.

Então o que esperar? No curto, médio e longo prazo, altas para arroba do boi gordo. Nos próximos dias devemos ver altas mais expressivas, com uma China mais presente na ponta compradora, também uma reposição de escalas. Não menos relevante, é bem provável haver uma condição mais expressiva para segurar animais nos pastos em Mato Grosso do Sul, São Paulo. Até o Paraná apresenta melhoras depois de uma estiagem terrível. Mato Grosso e Goiás já estavam com uma condição muito interessante. Com isso, é necessário aproveitar o momento de janela mais interessante para negociar os animais.

Para efeito de reflexão, o foco na comercialização, saber por quanto se vende e até onde pode chegar é importantíssimo. Por outro lado, quanto o pecuarista está investindo para produzir e como a equação deve ficar, mensalmente, durante o ano? Foco no controle dos custos.

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