A média dos preços dos alimentos comercializados no mundo cresceu 28,1% em 2021, segundo a Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO), braço da Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo, que forma o índice mostra crescimento de 28,1%, informa o site Brasil de Fato.
A FAO acompanha mensalmente a variação de preços de cinco grupos de commodities. São cereais, óleos vegetais, produtos lácteos, carnes e açúcar. Os cereais são arroz, milho, trigo, entre outros. Óleos vegetais a partir da canola, soja e girassol. No grupo dos lácteos, são supervisionados leite em pó, queijo e manteiga. No grupo carnes, são monitorados a carne bovina, frango, suína e ovina, além dos açúcares.
O economista da FAO, Abdolreza Abbassian. Afirma que “embora se espere que os preços normalmente altos deem lugar ao aumento da produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de mercado mais estáveis, mesmo em 2022”.
Os cereais bateram recorde com aumentos expressivos. A alta foi de 44,1%. Um dos motivos foi a seca no Brasil. O trigo avançou 31,3%. Os óleos vegetais explodiram em até 65,8% mais caros em 2021. E as carnes, segundo o Índice, aumentaram 12,7%.
Para o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, as flutuações dos preços internacionais dos alimentos são rotineiras. O modelo de comercialização internacional baseado no lucro e "elevado uso de insumos, comprados dos oligopólios, alta produtividade e monocultivo, com uma economia baseada no lucro que considera alimento como commodity, em português, mercadoria."
O pesquisador disse ao site Brasil de Fato, que "a variação de preços desses produtos segue o 'mercado', que é umbilicalmente vinculado ao modelo agrícola. Embora haja fatores conjunturais influindo na variação de preços, como variações climáticas que afetam a produtividade das lavouras ou a variação da demanda de grandes importadores como China e outros países asiáticos, a variação de preços segue, estruturalmente, a especulação financeira e os ganhos dos grandes oligopólios do chamado 'Agronegócio'".
Para a ONU, ouro fator que impactou na variação dos preços foi a pandemia. Ela agravou a fome no mundo. A Organização afirma que 811 milhões de pessoas passam fome em todo o Planeta.
Da Redação.