A fatia do agronegócio na economia brasileira deve crescer em 2021. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), mostra que o agronegócio vai chegar a 28% do total das receitas. Em 2020, chegou a 26,6%. As informações são do Canal do Boi.
Embora o estudo tenha apontado um crescimento pequeno no terceiro trimestre do ano, de apenas 0,4%, no acumulado entre janeiro e setembro, o avanço em termos nominais é de 10,79%. Um incremento de R$ 238 bilhões.
O presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Fábio de Salles Meirelles, disse que “o setor agrícola enfrentou problemas climáticos e os efeitos da pandemia, mas continuou a crescer e gerar empregos”.
Segundo dados oficiais, em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fi de R$ 7,45 trilhões. O do agronegócio, quase R$ 2 trilhões. .
O estudo indica que entre janeiro e setembro se destacaram os segmentos de insumos e o primário (agricultura). Nesse período, a alta foi de 17,06%. Portanto, o segmento dos insumos agrícolas foi puxado pelo desempenho na agricultura e relevante alta nos preços. Os mais intensos foram fertilizantes e máquinas agrícolas.
Meirelles diz ainda que “os produtores ainda tiveram que lidar com a alta de muitos insumos e nem sempre foi possível repassar esses aumentos. O setor ajudou muito o país em 2021”.
O mesmo estudo indica que houve quebras importantes em algumas culturas por causa do clima descompassado. Mas o acumulo de renda no setor foi limitado pelas fortes-altas nos insumos.
No terceiro trimestre, o Cepea e a CNA mostram que houve uma desaceleração da atividade indústria, muito diferente do ano anterior. Dentre o grupo de indústrias atingidas, temos as agroindústrias agrícolas. O estudo revela, no entanto, que a variação do PIB agrícola continua crescendo.
Outro setor na agricultura que ajudou esse cenário é o crescimento do agroserviço. Os serviços desse ramo se intensificaram com o processamento vegetal, principalmente da soja, promoveram o retorno do nível de crescimento do ramo.
Conforme o estudo, o desempenho do ramo pecuário - queda de 4,76% neste período -tem como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços.
No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado menor, tendo em conta as fortes elevações dos preços. Isso porque a alta dos custos foi mais intensa que as elevações dos valores dos produtos e houve menor produção de bovinos no campo.
Na agroindústria pecuária, pesquisadores do Cepea indicam que as elevações das matérias-primas não puderam ser repassadas na mesma intensidade aos preços negociados, diante da enfraquecida demanda doméstica, causando um estreitamento das margens - situação que se agravou no terceiro trimestre. Além disso, conforme o estudo, o abate de bovinos diminuiu, devido à escassez de bois no campo.
Da Redação.