A notícia mais esperada pela pecuária de corte brasileira foi anunciada pela China. As autoridades aduaneiras do país anunciaram que está autorizada a retomada das importações de carne bovina brasileira. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma a informação sobre a liberação das exportações de carne bovina para a China.
As exportações brasileiras foram suspensas dia 4 de setembro após a descoberta de dois casos atípicos da doença da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina - EEB). Em Minas e outro e no Mato Grosso. A suspensão se deu automaticamente porque os dois países têm um protocolo sanitário que determina que isso aconteça nessa situação.
A administração Geral das Alfandegas informou que estão liberadas importações de carne desossada de animais com até 30 meses. A interrupção das exportações deixou o setor no Brasil extremamente preocupado, uma vez que 40% da nossa produção é destinada ao país asiático.
A liberação vem depois de negociações entre os dois países. O Brasil estava ansioso, uma vez que metade das exportações brasileiras de carne deixou de ser embarcada. As exportações brasileiras de carne bovina aumentaram substancialmente para a China nos últimos anos impulsionadas pelo poder de compra da classe média emergente chinesa.
Mapa confirma a informação
O MAPA confirma que recebeu, nesta quarta (15) a informação sobre a liberação das exportações de carne bovina para a China. Com isso, a certificação e o embarque da proteína animal para a China serão normalizados e podem ser retomados a partir desta quarta, dia 15 de dezembro.
A suspensão foi feita pelo Brasil em respeito ao protocolo firmado entre os dois países, que determina esse curso de ação no caso de EEB, mesmo que de forma atípica. O que significa que esses animais desenvolveram a doença de maneira espontânea e esporádica, não estando relacionada à ingestão de alimentos contaminados e que não há transmissão da doença entre os animais.
A OIE, que é a organização internacional que acompanha a saúde animal, analisou as informações prestadas em decorrência dos dois casos de EEB atípica e reafirmou o status brasileiro de “risco insignificante” para a enfermidade.
Em novembro, a China já havia liberado alguns lotes de carne bovina brasileira que receberam a certificação sanitária nacional até o dia 3 de setembro de 2021.
Nota Conjunta MAPA-MRE sobre a Retomada das Exportações Brasileiras de Carne para a China
O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia de que a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) finalizou a avaliação dos dois casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) atípica ocorridos no Brasil em setembro deste ano e autorizou, a partir de hoje, a retomada das exportações brasileiras de carne bovina àquele mercado.
O resultado positivo ora alcançado é fruto da estreita coordenação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, tanto em Brasília quanto em Pequim. É decorrência, também, do fluido diálogo que se manteve com as autoridades chinesas desde o primeiro momento. O MAPA imediatamente prestou à GACC todas as informações pertinentes sobre suspeita de dois casos de EEB, antes mesmo de suas confirmações pelo laboratório internacional de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.
Assim que confirmadas as duas ocorrências, que se verificaram atípicas, a Organização Mundial de Saúde Animal foi formalmente notificada, em 3 de setembro. Após análise dos elementos pertinentes e confirmação da atipicidade, aquela Organização encerrou o caso no mesmo dia, sem alteração do status sanitário do Brasil, que segue como de risco insignificante para EEB.
Mesmo assim, as exportações foram suspensas temporariamente, em estrito cumprimento a protocolo bilateral vigente.
A decisão das autoridades chinesas confirma a excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros.
A China é o principal destino das carnes exportadas pelo Brasil. Em 2020, o Brasil exportou US$ 4,04 bilhões de carne bovina para aquele país, 48% do total de nossas vendas globais. Mesmo com a suspensão desde setembro, as exportações brasileiras de carne bovina para China já totalizaram, em 2021, US$ 3,87 bilhões, 46% das vendas globais do produto.
Da Reação, com informações do UOL e Mapa