Conceito “Dose Reforço” otimiza saúde respiratória e o desempenho dos suínos

Nova abordagem de vacinação estratégica mostra resultados positivos na redução de sinais clínicos, IPP e condenações de carcaça

André Luiz Casagrande
12/09/2025 09h15 - Atualizado há 19 horas
Conceito “Dose Reforço” otimiza saúde respiratória e o desempenho dos suínos
Foto: Reprodução

A suinocultura brasileira passa por uma transformação marcada pela adoção de genéticas mais eficientes, com maior ganho de peso, menor conversão alimentar e elevada prolificidade. Nesse ambiente de alta performance, qualquer desequilíbrio sanitário representa perdas significativas — seja pelo aumento da variabilidade dos lotes, condenações no frigorífico ou comprometimento do desempenho reprodutivo.

Diante desse cenário de alta exigência zootécnica e crescente pressão por sustentabilidade sanitária, surge o novo conceito de Dose Reforço. “A estratégia se baseia em protocolos de vacinação reforço em momentos críticos da produção suinícola, visando reforçar a imunidade dos animais e sustentar o desempenho produtivo em fases de maior vulnerabilidade respiratória”, detalha o assistente técnico suínos da Zoetis Brasil, Dener Paulo Tres

Nesse contexto, conforme relata Tres, a estabilidade sanitária deixou de ser uma vantagem competitiva e se tornou um pilar estratégico. Doenças respiratórias como a pneumonia enzoótica suína, causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae, continuam presentes na maioria das granjas e têm papel relevante como gatilho inicial do Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS).

Por conta disso, o técnico destaca a importância da adoção do novo conceito. “Essa estratégia permite ajustar os programas vacinais conforme os desafios sanitários, o histórico do plantel e as metas de desempenho, além de mitigar falhas de primovacinação e interferências da imunidade passiva ou de agentes imunossupressores”, complementa;

Proposta

De acordo com o especialista, a estratégia tem, como objetivos principais, sustentar a imunidade dos suínos em fases de maior vulnerabilidade respiratória (que é a fase de terminação); reduzir sinais clínicos de doenças, como a tosse; reduzir mão de obra do produtor em medicar menos animais no dia a dia, além de contribuir para programas vacinais mais eficientes e sustentáveis.

“A aplicação da Dose Reforço gera resultados práticos no campo, como:queda de 22% nos custos com redução do uso de medicamentos e menor mortalidade. aprimora os resultados de ganho de peso e reduz o número de dias alojados e contribui para a diminuição do IPP e das condenações em frigorífico, garantindo melhor rendimento na agroindústria”, acrescenta o profissional.

Bem-estar animal aliado à produtividade sustentável

Na avaliação do técnico, a adoção da estratégia reforça a saúde respiratória, reduzindo a incidência de doenças e a necessidade de intervenções terapêuticas. Isso significa menor estresse para os animais, melhor qualidade de vida nos plantéis e maior estabilidade sanitária, o que se traduz em bem-estar aliado à eficiência produtiva.

Mais do que uma ação pontual, o conceito representa uma evolução nos programas de imunização, permitindo ajustes finos baseados nos desafios sanitários, no histórico do plantel e nos objetivos de desempenho. Por fim, o especialista relata que o uso da tecnologia em vacinas específicas mostra como a inovação sustenta a evolução da suinocultura.

“Além de promover resposta imunológica robusta e duradoura, a estratégia de Dose Reforço atende à demanda global por redução do uso de antimicrobianos, promovendo uma produção mais sustentável, com foco em saúde preventiva, produtividade e qualidade da carne entregue ao consumidor”, conclui Tres.


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