Estudos recentes mostram que uma nova tecnologia nutricional redutora de metano composta por uma mistura exclusiva de óleos essenciais, que modulam o crescimento de microrganismos benéficos no rúmen, tem trazido ganhos para o desempenho de vacas leiteiras.
Segundo metanálise publicada no Animals Journal e baseada em 23 trabalhos científicos que representam 4 mil vacas, a solução à base de óleos essenciais aumenta a produção (4%) e o rendimento do leite corrigido para gordura e proteína (4,1%), assim como a eficiência alimentar (4,4%), ao mesmo tempo que diminui em 8,8% a emissão de gás metano por vaca.
O estudo ainda avaliou o impacto da solução na intensidade de emissão de metano, com redução de 9,9% da emissão de metano por kg de leite corrigido para gordura e proteína. Além disso, pesquisas divulgadas nos últimos anos atestam a eficácia da solução para incremento da produção de leite inclusive em fazendas já com genética avançada e alto desempenho.
No estudo publicado no Open Journal of Animal Sciences, as vacas do grupo tratamento tiveram aumento na produção de leite corrigida para gordura e para energia (ambas de 46,3 para 47,8 kg), o que comprova que essa solução à base de óleos essencais é também uma ferramenta interessante para implementação de projetos de sustentabilidade e abertura de novos horizontes no mercado de créditos de carbono.
De acordo com o médico veterinário e gerente de vendas da Alltech, Thomer Durman, esse tipo de tecnologia foi desenvolvida baseada em apoiar os projetos de sustentabilidade ao mesmo tempo que se melhora o desempenho e se maximiza a eficiência. “Assim, toda a cadeia colhe benefícios de sua aplicação no campo”, destaca.
Entretanto, de acordo com o especialista, antes de escolher um redutor de metano, o produtor deve avaliar três pontos: segurança, atuação a longo prazo e capacidade para aumentar a produção de leite. “O produto deve ser seguro para quem manipula, para as vacas e para os consumidores do leite”, ressalta.
O especialista relata ainda que, com essa nova tecnologia, todos os elos da cadeia produtiva saem ganhando. A indústria ganha por ser um produto seguro, com robustez científica de comprovação de resultados; os animais, por ser um produto natural seguro ao uso; o consumidor, por consumir um leite nutritivo e com menor pegada de carbono”, avalia Durman.
Conforme observa o especialista, a alimentação é a parte mais onerosa da atividade leiteira. Por isso, a conversão eficiente da dieta consumida em leite com bons índices de proteína e gordura garante bom uso dos recursos naturais e retorno ao investimento para nutrição dos animais.
Segundo ele, o produtor precisa se atentar a produzir cada vez mais com menos animais, mais leite por área, aumentar a eficiência na produção de alimento e realizar um bom manejo para redução do uso de medicamentos.
“Assim, é possível manter-se competitivo em um mercado em que vemos crescente consolidação. Genética, nutrição, reprodução, sanidade, manejo e gestão são os principais pontos de atenção”, conclui o veterinário.
