Na coluna De Olho no Mercado desta terça-feira (12), Fabiano Reis destaca que a arroba do gado pronto registrou recuperação nos primeiros 11 dias de agosto de 2025. A melhora foi impulsionada pela menor escala das indústrias frigoríficas, pela resistência de pecuaristas em aceitar preços pressionados e pelo adiamento das salvaguardas da China à carne bovina brasileira. A percepção de que a tarifa dos EUA tem impacto limitado nas exportações também ajudou a aliviar o mercado.
O período que antecedeu o Dia dos Pais trouxe forte volume de vendas no atacado de São Paulo e Rio de Janeiro, refletindo-se no varejo, especialmente na véspera da data comemorativa. O bom desempenho nas principais praças consumidoras reforçou o movimento de recuperação das cotações.
Outro fator de alívio veio da China, que prorrogou por três meses a conclusão da investigação sobre possível excesso de oferta de carne bovina. A medida reduziu a pressão sobre o Brasil, maior fornecedor do produto ao país asiático, e contribuiu para um cenário mais estável, mesmo após o “tarifaço” norte-americano.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, o embarque de carne bovina nos seis primeiros dias úteis de agosto somou 80,4 mil toneladas, com média diária 35,7% superior à de 2024. O preço médio da tonelada também avançou, atingindo US$ 5.557, alta de 25,3% na comparação anual.