Os fabricantes de biocombustíveis dos Estados Unidos devem consumir mais da metade de todo o óleo de soja produzido no país a partir de outubro, quando se inicia o novo ano comercial 2025/26. A projeção é do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que elevou drasticamente sua estimativa para o uso do insumo pela indústria de energia renovável, fixando-o em um recorde de 15,5 bilhões de libra-peso, 11,5% acima da previsão de apenas um mês atrás e 26,5% maior que o consumo do ciclo atual.
No mesmo relatório, o USDA apontou que as exportações americanas de óleo de soja deverão recuar fortemente para 700 milhões de libra-peso, comparado a 2,6 bilhões nesta temporada. O principal motor dessa guinada é a política interna: a Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou recentemente mandatos mais agressivos para a mistura de diesel à base de biomassa e propôs restringir créditos para combustíveis renováveis importados, o que tende a valorizar ainda mais as matérias-primas produzidas dentro do país, como o óleo de soja.
Além disso, incentivos estaduais e o novo crédito fiscal federal 45Z para produção de combustível limpo, sancionado pelo presidente Donald Trump, aumentaram as expectativas para o setor. Com isso, os contratos futuros do óleo de soja em Chicago encerraram a sexta-feira (11) próximos das máximas de sete meses e meio atingidas em junho.